Exposição ressalta a importância das lanternas para a cultura coreana

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Mostra vai até o dia 20 de agosto no Centro Cultural Coreano em SP

Na cultura coreana, as lanternas coloridas fazem parte de uma festa tradicional, celebrada todos os anos em algumas cidades do país. E são essas lanternas que agora ganham uma exposição luminosa no Centro Cultural Coreano do Brasil (CCCB), na Avenida Paulista, em São Paulo. Intitulada Luzes da Coreia – Exposição da Cidade de Jinju, a mostra é gratuita, teve início neste domingo (18) e vai até o dia 20 de agosto.

“A exposição foi feita em colaboração com a cidade de Jinju, maior fabricante de seda coreana. As lanternas expostas aqui no centro são feitas de seda coreana, de Jinju. Além de fazer roupas, o chamado hanbok [roupa tradicional coreana], eles começaram a utilizar a seda para fazer lanternas. Essa cidade tem um dos maiores festival de luzes da Coreia, que acontece em agosto”, explicou Mideum Seo, responsável pela exposição, em entrevista à Agência Brasil.

Para essa exposição em São Paulo foi criado um túnel com cerca de 1,2 mil lanternas coloridas, que culmina com uma lua cheia e extremamente iluminada onde se forma uma fila para fotos. “Elas [as lanternas] representam a luz, a esperança e a união, e são um símbolo icônico da tradição do nosso país”, disse Cheulhong Kim, diretor do CCCB, em nota.

São Paulo (SP), 18.06.2023 - “Luzes da Coreia – Exposição da Cidade de Jinju”, organizado pelo Centro Cultural Coreano no Brasil, em parceria com a cidade de Jinju. As lanternas são um símbolo tradicional da cultura coreana e remontam à Guerra Imjin. Foto: Elaine Cruz/Agência Brasil
Luzes da Coreia – Exposição da Cidade de Jinju, no Centro Cultural Coreano no Brasil – Foto Elaine Cruz/Agência Brasil

Ao final da mostra, o visitante se depara ainda com fotos e vídeos mostrando como é o festival em Jinju, com suas tradicionais lanternas flutuantes. “Pelo que sei, ali na cidade de Jinju o festival conta com cerca de 700 mil lanternas acesas”, disse Mideum Seo.

Essa tradição remonta à Guerra de Imjin, em 1592, quando a cidade foi palco de uma invasão japonesa. Foi assim que, para proteger a cidade, as pessoas começaram a iluminar o rio com lanternas. “O público coloca as lanternas no rio da cidade de Jinju. Esse foi o início da tradição”, disse o responsável pela mostra.

Segundo o Centro Cultural Coreano, as lanternas flutuantes foram utilizadas como estratégia militar para impedir que as tropas atravessassem o Rio Namgang.

Mas além da proteção à cidade, essas lanternas também passaram a servir para espalhar mensagens ou para fazer a comunicação entre familiares que estavam separados pelo rio. “A mãe que estava longe do filho soldado fazia flutuar uma lanterna com cartas”, disse.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.