Embaixada da China no Brasil convoca coletiva e fala sobre o Corona Vírus

O coronavírus causará menos efeitos na saúde da população mundial do que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 provocou mais de 8 mil internações e mais de 900 mortes em todo o mundo. A avaliação é do ministro conselheiro da Embaixada da China, QU Yuhui, em entrevista exclusiva à Agência Brasil. O Ministro falou hoje também, com Jornalistas em uma coletiva de imprensa na Embaixada e afirmou que é prudente que os brasileiros que estão na China, não venham para o Brasil, pois seria necessário passar por uma quarentena.

Segundo ele, os cientistas chineses foram ágeis em descobrir o código genético do coronavírus e o governo decidiu rapidamente em isolar a província Hubei onde o surto começou, mobilizou 6 mil médicos para tratar de doentes e entrega até 5 de fevereiro dois novos hospitais com capacidade total de 2,5 mil leitos no subúrbio de Wuhan, epicentro da epidemia.

O tráfico por estrada e por ferrovia para Hubei está interrompido e Wuhan – a principal cidade da província com 11 milhões de habitantes (assim como São Paulo), e a área é cinco vezes maior que Londres (Inglaterra) – está isolada.

O isolamento pode causar impacto econômico. Wuhan é polo de manufatura e da indústria pesada e hub logístico para circulação de mercadorias e pessoas no centro da China. QU Yuhui pondera que “ainda é muito cedo para fazer uma avaliação exata quanto o grau de impacto desse vírus vai causar na economia”.

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O diplomata chinês acredita que a reação da economia e dos mercados também dependem de como a China vai combater o vírus. “Estamos confiantes. A economia chinesa é mais resistente e o governo tem recursos, tem confiança e tem o apoio da cooperação para vencer essa batalha”.

A estratégia de buscar apoio da cooperação internacional em saúde e a iniciativa de divulgação têm objetivos econômicos. “É positivo e fundamental para não atrapalhar o fluxo comercial e o fluxo de pessoas”, explicou o ministro conselheiro QU Yuhui.

Ontem (30) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, elogiou a atuação do governo da China na contenção do coronavírus. A OMS decretou a epidemia como “emergência global”.

Até o momento, a Comissão Nacional de Saúde da China contabilizou 9.720 pessoas infectadas pelo coronavírus e 213 casos de morte. De acordo com esses dados, a taxa de mortalidade é menor que de Sars, 2,19% contra 10,87%. O diplomata chinês, porém, reconhece que não se pode ter um cálculo exato da taxa de mortalidade, “nem todos os casos foram descobertos”. Ele admite que a situação é “complexa” e que “100% das informações sobre o vírus ainda não estão descobertas, tanto quanto a origem como a forma de transmissão. Ainda não se sabe muito bem quais são as causas desse novo vírus.

(*) Com informações da Agência Brasil e Comex do Brasil

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.