Produtores brasileiros querem exportar mais café para a China

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flatlay photography of five latte cups

Exportar café para a China é um dos objetivos dos expositores que participam da SIC (Semana Internacional do Café), que ocorreu em Belo Horizonte, Minas Gerais, maior estado brasileiro produtor de café.

A SIC, que se realiza desde 2013, é uma das principais feiras do mundo do setor cafeeiro e a principal do Brasil, maior produtor e exportador mundial de café pó, conectando e gerando oportunidades para toda a cadeia do café brasileiro no acesso a mercados, conhecimento e negócios.

Com mais de 160 expositores, muitos deles pequenos e médios produtores de café e mais de 250 compradores internacionais, de mais de 60 países, um dos focos desta edição da SIC é poder vender café brasileiro para a China, país onde o café começa a ganhar cada vez mais adeptos.

“A China é, para todo o agronegócio, o mercado cobiçado. Quem produz mira à China. A China produz de tudo e compra absolutamente de tudo. Então, é um mercado prioritário para o agronegócio brasileiro, é nosso principal mercado. E para o café, especificamente, acreditamos que temos condições de enviar café para a China, entrar na China, mas com café já embalado, já processado”, explicou Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).

Entre janeiro e setembro deste ano, as exportações de café brasileiro para a China aumentaram 132,48% com relação aos primeiros nove meses de 2022, com um total de 669.292 sacos de 60 quilos do grão enviados, que colocaram a China entre os dez principais compradores de café do Brasil.

Apesar disso, a China é o destino de apenas 2,6% das exportações de café do Brasil, muito longe ainda dos 16,6% enviados para os Estados Unidos,12% para a Alemanha ou 7,8% para a Itália, o que faz com que haja uma grande margem de crescimento nos envios para o país asiático.

Para Mori, um dos fatores que pode favorecer a entrada do café brasileiro na China é que em vez de exportar o grão verde exporte o café já processado, devido às características do consumidor chinês, que está se iniciando no mundo do café. “Nossa expectativa é levar o café processado para a China”.

Para a diretora de Relações Internacionais da CNA, “acreditamos que a China é um mercado no qual teríamos condições de mostrar este diferencial, embora haja várias questões, como a distância, a logística, a cultura. Sabemos que para competir na China é preciso investir em publicidade, nas redes sociais, é outra lógica”.

Uma das chaves para a entrada do café brasileiro na China pode ser o comércio eletrônico, que pode facilitar as compras do país asiático diretamente aos produtores e exportadores brasileiros, junto com uma boa campanha de publicidade para competir com o café de outros países, rivais do Brasil nas exportações para a China.

“É uma porta que começaremos a trabalhar no ano que vem para facilitar a entrada do nosso café na China. A China é outro mercado, tem um grande mercado de consumidores, mas até agora os chineses conhecem mais o café colombiano ou italiano. Acredito que para garantir a competitividade e entrar em novos mercados, há que se garantir ter a mesma qualidade”, comentou Mori.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Entre janeiro e setembro, as exportações totalizaram 26,225 bilhões de sacos de 60 quilos, 9,1% menos que no mesmo período em 2022, enquanto o faturamento foi de US$ 5,547 bilhões, 17,9% menos na mesma comparação.

As informações são da Agência Xinhua.