Coluna: Entendendo a crise no Zimbabue-Por Rafael Eduardo-Rotary International

Entendendo a crise no Zimbabue

 

Zimbábue, território localizado no sudeste do continente Africano, encontrou-se no olho do furacão na última semana quando, quarta-feira, as Forças Armadas  apoderaram-se das principais instituições do governo assumindo o controle do país. Predominantemente este ato fora visto como uma tentativa de golpe, porém o porta voz das Forças Armadas afirmou veementemente que não se tratava de um plano mirando a destituição direta do atual líder do país, Robert Mugabe.

 

O país, até então era governado com mãos de ferro por Robert Mugabe há 37 anos ininterruptos, fazendo dele um dos líderes de maior tempo a frente de uma nação. Durante esse período, as posições controversas se apresentaram em todas as esferas: política, econômica e social. As regalias e vida de luxo de sua esposa, Grace Mugabe, são marcas de sua presidência. A opulência é contrastada com a pobreza acentuada e o desastre econômico que o país vive.

 

Não se sabe ao certo ainda qual será o futuro político do território, mas fontes afirmam que há uma grande pressão para uma transição política objetivando nova face para o Zimbábue. O Brasília In Foco preparou 3 pontos principais para se entender a crise política que chacoalhou o país.

 

1. Sucessão

 

A demissão abrupta do seu vice-presidente, Mnangagwa, no dia 6 de novembro, fora vista como um movimento para abrir caminho a uma possível sucessão de Mugabe pela sua esposa. Partidos oposicionistas e diversos setores da sociedade não viram com bons olhos e esse ato pode ter dado ainda mais fôlego para a atual crise. Houve divisões no seu próprio círculo de  aliados, onde muitos deles se viraram contra Mugabe.  Tendo em vista que a tomada de poder seria resultado de um coluio envolvendo as Forças Armadas e Mnangagwa, favorito sucessor de Mugabe.

 

2. Crise Econômica

 

O pais outrora carregou o ‘status’ de prosperidade econômica, mas em meados dos anos 2000 sucumbiu-se em uma crise que desabou a sua economia. Conhecido pela taxa de hiperinflação, o Zimbábue chegou a emitir moedas com valores de até 100 bilhões de dólares zimbabuanos. Um alto índice de desemprego e pobreza persistem assombrando o território que contém setores econômicos quase inoperantes. Seu principal parceiro comercial, África do Sul, responsável por quase metade das importações do país, que ainda são muito inexpressivas para a saída do Zimbábue da crise, é também, um grande aliado político.

 

3. China

 

Um encontro entre o chefe do exército Zimbabuano e seu homólogo chinês, despertou dúvidas sobre o envolvimento da China no movimento responsável pela a destituição de Mugabe. O país se tornou grande aliado do Zimbábue e um grande investidor internacional no território. Fornecedor de crédito e gigante parceiro comercial do país, o governo chinês viu muitos de seus projetos serem prejudicados e perdas de investimentos chegam a ser incalculáveis. Políticas feitas por Mugabe podem ter feito a China enxergar com bons olhos um suposto sucessor para o país.

 

O destino do Zimbábue não é certo. Cidadãos esperançosos estão tomando as ruas com a demanda de que Mugabe deva renunciar e assim abrir um caminho democrático para novas eleições.

 

A comunidade internacional se mostrou homogeneamente distante e alguns países apresentaram sinais de aprovação diante da tentativa de retirada do líder Zimbabuano.

As últimas informações que nos chegam até a última atualização dessa notícia é de que Mugabe estaria preparando uma carta de demissão, segundo a CNN.

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Brasília in Foco