Não é nenhuma novidade que a emissão exacerbada de gases poluentes na atmosfera e a má administração do meio ambiente podem acarretar no surgimento de diversos impactos ambientais, alterando de forma contundente, principalmente, a economia de países ricos e bem estruturados. Ao passo que, também, se mostra perverso e mais profundo ao encontro de países pobres e de má formação social, econômica e política.
O temor de um mundo fadado a seguir o mesmo rumo que as temidas previsões apocalípticas retratadas na bíblia, levou potências econômicas a conduzirem a luta contra o aquecimento global (se mostrando falha em muitos casos). Vemos esta iniciativa com a ratificação do protocolo de Kyoto, onde países responsáveis por volumosas emissões de gases poluentes avocaram o compromisso de diminuírem as suas remessas na atmosfera, mas que se sucumbiu com a saída dos Estados Unidos do acordo, sobre à alegação, do até então presidente George W. Bush, que este tratado colocaria a economia do seu pais em risco.
Excentricamente diferente e mais robusto que o tratado de Kyoto, o acordo de Paris, que começará a ser aplicado em 2020, agrega a maior parte dos países do mundo com o objetivo principal de assegurar que a temperatura global fique 2°C abaixo dos níveis posteriores ao da revolução industrial. Envolvendo cientistas, ambientalistas, políticos, magnatas influentes de todas as estirpes e uma grande pressão de países economicamente desenvolvidos, o acordo foi aprovado no dia 12 de dezembro de 2015 em Paris.
Porém, no dia 1° de junho de 2017, o pacto sofre um enorme revés ao tomarmos conhecimento de que o atual presidente dos Estados Unidos retrocede o pais do maior acordo climático já firmado na história da humanidade. A expectativa de uma eventual saída dos Estados Unidos do acordo era vista como indubitável, mas ainda sim havia um sentimento de que Donald Trump voltasse atrás e firmasse o acordo com as outras nações. Assim, o país se junta a um “seleto” grupo de países que não participarão do acordo: Síria e Nicarágua.
Durante toda sua campanha eleitoral, Donald Trump lidava com o tema aquecimento global expressando um certo tom cético e jocoso, chegando a dizer que isto era pura fantasia criada pelos chineses. Além de dar rigidez à ala mais conservadora da Casa Branca, Donald Trump dedicou a sua saída, principalmente, aos seus eleitores, que veem o acordo como uma ameaça aos seus postos de trabalho. Ao passo que, até mesmo empresas vistas como beneficiados diretos do acordo, rechaçaram a decisão do presidente Trump, chegando a dizer que a medida seria um revés para a própria economia americana.
Donald Trump ao deixar esta lacuna na liderança mundial contra o avanço do aquecimento global, a China, que ao lado dos Estados Unidos, foi crucial para a idealização do acordo, ganhará maior protagonismo no cenário mundial. O que deixa mais claro a entonação isolacionista que o presidente Trump expressou durante sua campanha. A saída americana do acordo foi condenada de forma harmônica pela maioria dos países ocidentais como a França de Macron, que foi um dos primeiros países a se posicionar a respeito da decisão e prometera esforços ainda maiores para substituir a lacuna deixado por Trump e trabalhar com afinco para a efetivação do acordo.
Está batalha sem a ajuda e liderança dos Estados Unidos é claramente mais difícil e desafiadora. É inevitável o sentimento de impotência e profundo desalento com esta decisão, mas não se pode ter está batalha a favor do meio ambiente perdida. Se antes os esforços para a contenção de emissão de gases do efeito estufa deveriam ser amplas e colossais, hoje se tornam quase impossíveis… eu disse quase! Repito, os esforços precisam ser ampliados e maximizados. É certo que Donald Trump não será inquilino da Casa Branca para sempre e talvez os Estados Unidos, um dia, voltem a se preocupar de forma mais contundente com a mãe natureza.