UE pede “total cooperação” do Irã em investigação de avião abatido

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Restos de um avião pertencente à Ukraine International Airlines, que caiu após decolar do aeroporto Imam Khomeini no Irã, são vistos nos arredores de Teerã, no dia 8 de janeiro de 2020. Nazanin Tabatabaee / WANA (Agência de Notícias da Ásia Ocidental) via REUTERS

Publicado em 11/01/2020 – 14:19

Por RTP – Emissora pública de televisão de Portugal  Lisboa

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse neste sábado (11) que a União Europeia (UE) “reconhece” a responsabilidade do Irã no abate de um avião civil ucraniano na última quarta-feira (8), quer “total cooperação” do Irã. Todas as 176 pessoas a bordo morreram.

“A UE reconhece as declarações feitas pelas autoridades iranianas nas quais se assumem responsáveis pelo incidente do voo PS752 da Ukraine International Airlines (UIA)”, indicou um porta-voz do Alto Representante para Política Externa da UE, em comunicado.

A mesma nota informativa acrescentou que a UE espera, e perante os compromissos assumidos pelo Presidente iraniano Hassan Rohani, que “o Irã continue a cooperar totalmente” e “realize uma investigação integral e transparente” sobre este caso, processo esse que “deve cumprir os padrões internacionais”.

“Devem ser tomadas medidas apropriadas para garantir que um acidente tão horrível não volte nunca mais a acontecer”, frisou o comunicado, que ainda lamenta a morte “de tantas pessoas de diferentes países” e reitera as “sinceras condolências” às famílias das vítimas.

Queda

Um Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana UIA caiu próximo da capital do Irão, Teerã, provocando a morte de todas pessoas que seguiam a bordo.

A maioria das vítimas tinha nacionalidade iraniana e canadense, mas também estavam a bordo cidadãos da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e do Reino Unido.

O Irã admitiu hoje responsabilidades na queda da aeronave, tendo informado que o avião civil ucraniano tinha sido abatido inadvertidamente por militares iranianos que o confundiram com um míssil de cruzeiro devido ao estado de alerta decretado por causa da recente escalada de tensão entre Washington e Teerã.

A declaração de Teerã surge depois de informações avançadas por alguns países, nomeadamente os Estados Unidos e o Canadá, terem indicado, na quinta-feira, que o aparelho poderia ter sido abatido, inadvertidamente, pelo sistema de defesa antiaéreo iraniano.

Na sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em uma reunião extraordinária em Bruxelas convocada para analisar a escalada das tensões no Oriente Médio, não conseguiram alcançar uma posição unânime em relação ao caso do Boeing 737.