Produtores do Distrito Federal participam de oficina para aperfeiçoar cultivo de pitaya

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Altamente nutritiva, de sabor e formato peculiares, a pitaya aos poucos tem conquistado o paladar do brasiliense. A fruta exótica chama a atenção dos consumidores nos pontos de venda, e representa uma alternativa rentável para diversas famílias e pequenos produtores do Distrito Federal.

Na última sexta-feira (10), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) recebeu cerca de 30 agricultores e especialistas para uma oficina sobre técnicas de poda e cultivo da espécie, na sede da Embrapa Cerrados, em Planaltina. Esta foi a sétima oficina do tipo, voltada para os interessados na fruta tropical.

“O plantio da pitaya é uma alternativa de renda e de diversificação de cultivo até na própria propriedade. Você pode produzir em um espaço pequeno e ter uma boa rentabilidade”

Felipe Camargo, coordenador de fruticultura da Emater

O mercado em ascensão e as facilidades no cultivo têm incentivado o crescimento do número de produtores de pitaya no DF, que entregam qualidade. Apenas nos últimos oito anos, o número de pessoas que investem na espécie saltou de quatro para 55 agricultores, com 17 hectares plantados.

Segundo o coordenador de fruticultura da Emater, Felipe Camargo, a chamada “fruta do dragão” oferece uma série de benefícios, especialmente porque produz um número significativo de frutos em áreas menores de plantio, com venda a preços atrativos. Em média, o quilo da pitaya é comercializado entre R$ 20 a R$ 30 no DF.

“O plantio da pitaya é uma alternativa de renda e de diversificação de cultivo até na própria propriedade. Você pode produzir em um espaço pequeno e ter uma boa rentabilidade, já que é uma fruta ainda tida como exótica, diferente, que tem um bom preço de mercado. É possível aproveitar até pequenas áreas para tirar uma renda muito maior”, destaca o agrônomo.

O cultivo da pitaya produz um número significativo de frutos e depende de áreas menores para o plantio

Poda e técnicas de cultivo

Durante a manhã, produtores que investem na fruta ou que pretendem começar a plantá-la aprenderam sobre boas práticas para gerenciar a produção de forma eficiente, e colocaram a mão na massa – ou melhor, nas tesouras. Os próprios participantes da oficina fizeram a poda e separaram as mudas para cultivarem em suas propriedades.

José Mário Amaral, de 60 anos, tem um pequeno pé na chácara dele, em Planaltina, e conta ter se encantado pelo sabor, qualidade e doçura da pitaya. “Eu acho que é uma fruta muito bacana, e estou animada para começar a cultivá-la. Aprendi hoje, com o técnico, que é possível gerar uma boa renda com a produção em maior escala, e o solo que eu tenho é próprio. Fiquei bastante animado e pretendo plantar alguns pés este ano”, afirma.

José Amaral tem um pequeno pé de pitaya na chácara dele, e vai aumentar a produção para gerar renda com a fruta

Assim como ele, José Eduardo Gonçalves de Azevedo, 54, pretende investir no plantio da espécie em uma área improdutiva dentro da propriedade, localizada no Núcleo Rural PAD-DF. “Estava buscando uma alternativa para essa área e a ideia é investir na pitaya, principalmente pela rentabilidade”, explica.

O agricultor já cultiva grãos e tem uma área dedicada à piscicultura. “Além do que eu já tenho, a pitaya tem um retorno rápido em um período curto e uma área pequena, e é uma boa alternativa para diversificar o meu plantio”.

José Eduardo de Azevedo pretende investir na espécie: “É uma boa alternativa para diversificar o meu plantio”

Novas alternativas

A oficina de sexta-feira foi fruto de uma parceria com a Embrapa Cerrados. De acordo com o pesquisador da instituição vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fábio Faleiro, o trabalho junto à Emater-DF é fundamental para realizar a ponte com o produtor rural.

“Essa transferência da tecnologia desenvolvida pela Embrapa para os agricultores é muito importante quando a gente pensa em fruticultura, porque para produzir uma fruta bonita, de boa qualidade e competitiva no mercado, é necessário usar tecnologia”, destaca o especialista.

Quando se trata de produção agrícola, a categoria é destaque porque gera viabilidade econômica para pequenas propriedades, característica da maior parcela de produtores do DF. “A gente acredita muito nessa inclusão socioprodutiva para levar oportunidades para esses pequenos produtores, e a fruticultura, como a pitaya e o maracujá, por exemplo, são boas opções para essa população”, destaca Faleiro.

Fonte: Agência Brasília