O Irã reafirmou neste fim de semana sua recusa a qualquer modificação do acordo nuclear assinado com o clube 5+1, em reação ao ultimato do presidente americano Donald Trump, que exigiu um endurecimento das condições do pacto.
“A República Islâmica do Irã não tomará nenhuma medida além de seus compromissos dentro do acordo nuclear, não aceitará nenhuma modificação deste acordo, nem hoje, nem no futuro, e não permitirá vincular o acordo nuclear ou outras questões”, indicou em um comunicado o ministério das Relações Exteriores.
O chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, acusou na véspera o presidente Trump de realizar uma tentativa desesperada para sabotar o acordo nuclear alcançado em julho de 2015 entre o Irã e o 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, mais a Alemanha).
O comunicado iraniano acusa Trump de “continuar com suas ações hostis contra o povo iranaino como tem feito há um ano”.
E acusa Washington de violar de maneira explícita três seções do acordo, incluindo o parágrafo 26 que pede aos Estados Unidos que ajam “de boa fé para apoiar o JCPOA”, a sigla do pacto em inglês de Joint Comprehensive Plan of Action, e permitir que o Irã possa beneficiar-se da suspensão das sanções.
O comunicado denuncia a política hostil do poder americano e critica novas sanções dirigidas contra cidadãos iranianos e estrangeiros.
Adverte que o Irã responderá com uma ação séria à decisão “hostil e ilegal do regime de Trump de acrescentar o nome do aiatolá Sadegh Amoli Larijani, chefe da autoridade judicial da República Islâmica, à lista de novas sanções americanas”.
Na sexta, a Casa Branca anunciou que Trump prorrogará a decisão sobre a suspensão das sanções econômicas contra o Irã no âmbito do acordo nuclear, mas pela última vez.
Nos próximos 120 dias, quando deverá renovar novamente a retirada das sanções, o presidente tentará “trabalhar com nossos sócios europeus em um acordo” que possa endurecer as condições do acordo, declarou à imprensa um funcionário de alto escalão do governo.
“Em seu pronunciamento, o presidente vai deixar claro que é a última vez que ele vai fazer esse adiamento”, disse o oficial da Casa Branca.
O funcionário indicou que Trump agora quer trabalhar com os aliados europeus dos Estados Unidos – que pediram para ele se manter no acordo – para desenvolver um novo tratado que substitua o atual.