G20: Rei Salman fala sobre covid-19 e recuperação econômica

A Cúpula do G20 em Riad teve início neste sábado (21). O rei saudita falou sobre o papel dos países membros no combate à pandemia, a produção de vacinas, medicamentos e testes e sua distribuição para países de baixa renda e um mundo pós-covid mais inclusivo, entre outros assuntos.

Em seu discurso de abertura na Cúpula do G20 neste sábado (21), o rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud falou sobre o papel dos países membros no combate à pandemia, a produção de vacinas, medicamentos e testes e sua distribuição para países de baixa renda, um mundo pós-covid mais inclusivo e como administrar uma recuperação econômica assim que o coronavírus estiver sob controle. O evento vai até este domingo (22) e reúne de forma virtual os 19 líderes das maiores economias globais mais a União Europeia.

A Arábia Saudita é o primeiro país árabe a sediar o encontro de líderes. O país assumiu a presidência do G20 em dezembro de 2019 e lidera os trabalhos desta que é a 15ª edição do evento.

Os países membros participantes da cúpula são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia e Reino Unido, além da União Europeia. Participam como convidados os chefes de estado dos Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Espanha, Ruanda, Suíça, Singapura e Vietnã. O presidente Jair Bolsonaro também estará nas reuniões.

O tema desta edição é “Implementando as Oportunidades do Século 21 para Todos” e se concentra em três objetivos. São eles ‘Empoderar Pessoas’, criando as condições nas quais todos, especialmente mulheres e jovens, possam viver, trabalhar e prosperar; ‘Proteger o Planeta’, fomentando esforços coletivos para proteger os bens comuns globais e ‘Moldar Novas Fronteiras’, adotando estratégias ousadas e de longo prazo para compartilhar os benefícios da inovação e do avanço tecnológico. A Arábia Saudita lançou uma nota comemorativa de 20 riais sauditas para marcar a presidência do G20.

Salman abriu a reunião afirmando que este foi um ano extraordinário e que a pandemia de covid-19 foi um choque sem precedentes, que afetou o mundo inteiro em um curto período de tempo, causando perdas econômicas e sociais globais. “Nossos povos e economias ainda estão sofrendo com este choque. No entanto, faremos o possível para superar essa crise por meio da cooperação internacional”, declarou.

O rei saudita reafirmou o compromisso assumido durante reunião extraordinária, realizada em março, de mobilizar recursos com urgência. “Todos nós prometemos, no início da crise, mais de US$ 21 bilhões para apoiar os esforços globais para combater esta pandemia”, disse.

Segundo ele, de lá para cá, os países do grupo tomaram medidas  para impulsionar suas economias, injetando mais de US$ 11 trilhões para apoiar indivíduos e empresas,  ampliaram as redes de segurança social para proteger quem perdeu o emprego ou está sem fonte de renda, fornecendo apoio emergencial aos países em desenvolvimento e implementando a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 para os países de baixa renda.

Salman declarou que em um futuro próximo, o grupo deverá abordar as vulnerabilidades expostas pela covid-19 enquanto trabalha para proteger vidas e meios de subsistência.

“Embora estejamos otimistas com o progresso feito no desenvolvimento de vacinas e ferramentas terapêuticas e diagnósticas para a covid-19, devemos trabalhar para criar as condições para que haja acesso equitativo a essas ferramentas para todas as pessoas. Ao mesmo tempo, devemos nos preparar melhor para qualquer futura pandemia”, informou.

O rei saudita afirmou que o G20 deve continuar a apoiar a economia global e reabrir as economias e fronteiras para facilitar a mobilidade do comércio e das pessoas, apoiar os países em desenvolvimento de forma coordenada para manter o desenvolvimento já alcançado nas últimas décadas e continuar estabelecendo as bases para um crescimento robusto, sustentável e inclusivo.

Sobre o empoderamento de pessoas, Salman disse que é necessário promover o acesso a oportunidades para todos, especialmente mulheres e jovens, para melhorar seus papéis na sociedade e no mercado de trabalho por meio de educação, treinamento, criação de empregos, bem como apoiar o empreendedorismo, fortalecer a inclusão financeira e preencher as lacunas digitais entre os indivíduos.

No âmbito da conservação do meio ambiente, o rei disse que é preciso criar as condições para uma economia mais sustentável. Ele afirmou ainda que o G20 deve liderar a comunidade internacional na preservação e conservação do meio ambiente. “Defendemos a necessidade de combater a degradação dos solos e conservar os recifes de coral e a biodiversidade para enviar um forte sinal sobre o nosso compromisso com a salvaguarda do nosso planeta”, disse.

Salman afirmou que o comércio é um dos principais motores da recuperação econômica. Os líderes do G20 se reuniram pela primeira vez há doze anos em resposta à crise financeira, Salman lembrou. Os resultados alcançados, segundo ele, são uma prova cabal de que o Grupo dos 20 é o fórum mais importante para a cooperação internacional e para enfrentar as crises globais.

“Hoje, estamos trabalhando juntos novamente para enfrentar outra crise global mais profunda, que devastou pessoas e economias. Com a nossa reunião, mais uma vez, estou confiante de que a Cúpula de Riad produzirá resultados significativos e decisivos e levará à adoção de políticas econômicas e sociais que irão restaurar a esperança e a confiança para os povos do mundo”, concluiu.

G20 é abreviatura para o Grupo dos 20. Ele foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990 com o objetivo de favorecer a negociação internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico crescente de alguns países, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial e dois terços da população mundial.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.