Entrevista com a Senadora Nilda Gondim- “O Brasil tem a sua importância tradicionalmente reconhecida em função da nossa força produtiva”

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Me encontrei com a Senadora Nilda Gondim em um torneio de Xadrez, me interessei muito pelo seu projeto de inserir o Xadrez na grade curricular das escolas. Meus filhos estudaram no exterior e o Xadrez foi uma das aulas que incentivaram o raciocínio lógico e ajudaram nas escolhas deles na vida. Além de uma amante do Xadrez, ela é uma pessoa muito educada e humana, fico feliz por ter realizado esta entrevista. (Fabiana Ceyhan)

Entrevista Exclusiva concedida à jornalista Fabiana Ceyhan.

Prezada Senadora, poderia nos explicar sobre os seus projetos de incluir o Xadrez na grade curricular de escolas?

O objetivo do nosso projeto é inserir o ensino do xadrez no ensino fundamental e no ensino médio de todo o Brasil, de forma a ofertar aos nossos estudantes uma eficiente ferramenta para o desenvolvimento do raciocínio lógico, da concentração e da capacidade de formular planejamentos e estratégias. Além disso, considerando que estudos demonstram que a prática do xadrez também está relacionada ao aumento do rendimento escolar, acreditamos que a prática habitual do esporte pode colaborar para o aproveitamento acadêmico geral.

O Xadrez é um esporte milenar, fascinante e lúdico, o que ajuda a atrair o interesse das crianças e adolescentes. Ao mesmo tempo, o xadrez possui uma complexidade importante para que sejam gerados os benefícios cognitivos que mencionamos anteriormente.

Além disso, a comunidade dos jogadores de xadrez é heterogênea, havendo participantes, homens e mulheres, de todas as faixas etárias e classes sociais. A natureza do esporte permite total equidade competitiva entre seus participantes, possibilitando, por exemplo, que pessoas com deficiência possam disputar nas mesmas condições de um participante que não possui qualquer deficiência. Trata-se, portanto, de um esporte inclusivo, o que também advoga a favor do nosso projeto.

No longo prazo, com o aumento do número de praticantes e com o aumento da exposição dos jovens ao esporte, também acreditamos que estamos colaborando para que o Brasil possa tornar-se competitivo no cenário internacional de xadrez.

Sobre o Brasil, quais os projetos que a senhora considera que podem causar mudanças positivas?

Como parlamentar, acredito que devemos contribuir com projetos que promovam, sobretudo, uma mudança cultural no nosso país. Questões como, por exemplo, a redução da desigualdade social, o combate ao machismo e à violência contra à mulher, a ampliação do acesso à educação de qualidade devem ser o foco de um conjunto de medidas visando o desenvolvimento de um novo paradigma social que nos permita avançar para um patamar civilizatório mais respeitável.

A educação é o pilar desse processo, por isso, tenho pautado a minha atuação parlamentar no desenvolvimento do sistema educacional brasileiro e na luta pela inclusão do maior número de crianças e adolescentes nas escolas. Por exemplo, através no nosso Projeto de Lei nº 2.201/2021, propusemos que fosse concedida prioridade de matrícula nas escolas públicas de todo o país para crianças e adolescentes com deficiência ou com doenças raras. A proposta foi aprovada por unanimidade no Plenário do Senado Federal e agora está sendo analisada na Câmara dos Deputados.

Como a senhora vê o cenário político atual e as relações com as grandes potências como China e EUA?

O Brasil vive um momento político delicado, assim como grande parte do mundo. O extremismo domina os discursos e este cenário não é animador para que tenhamos esperança de um futuro pacífico e próspero.

Este ano, com as eleições, temos uma oportunidade de estabilizar o país e de voltarmos a sonhar com um Brasil mais humano, solidário e respeitado internacionalmente.

Em relação às nossas relações com as grandes potências mundiais, acredito que, apesar dos problemas gerados pelo atual governo, o Brasil possui sua importância tradicionalmente reconhecida em função da nossa força produtiva, do nosso vasto mercado consumidor, da nossa biodiversidade invejável e da nossa diplomacia pacificadora.

Devemos manter uma relação amistosa com todos os atores internacionais, ofertando ao mundo o que temos de melhor e contribuindo para a formação de um cenário geopolítico pacífico, harmonioso e de desenvolvimento comum.