Embaixada do Japão oferece jantar gastronômico para divulgar produtos japoneses e certifica restaurantes em Brasília

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Com o objetivo de apresentar a autêntica culinária japonesa, a embaixada do Japão no Brasil ofereceu hoje, 20 de agosto,  uma recepção gastronômica a um seleto grupo da capital federal. Autoridades do governo, representantes da gastronomia brasiliense, autoridades e membros da mídia  experimentaram uma seleção dos melhores e mais exclusivos produtos japoneses, alguns deles pouco conhecidos no Brasil, como a carne wagyu e a bebida à base de arroz awamori.

O evento  foi realizado na residência oficial do embaixador, em Brasília.  Na ocasião, os participantes saborearam  pratos da washoku, como é conhecida a tradicional cozinha japonesa, além de provar bebidas importadas do Japão.
Foi  o primeiro evento dedicado à degustação do awamori no Brasil (mais informações abaixo), e também uma rara chance de conhecer a verdadeira carne premium japonesa wagyu, conhecida pela textura que derrete na boca. Na ocasião, também foi  possível conhecer mais sobre outros produtos conhecidos dos brasileiros, mas que ainda são pouco explorados pela culinária do país: o saquê e o arroz japonês.

Estiveram presentes na recepção o Embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, e Mitsuhiro Miyakoshi, assessor especial do Primeiro-ministro Shinzo Abe responsável por intermediar o trabalho de exportação de produtos japoneses, assim como autoridades do governo brasileiro convidadas para a ocasião como o secretário  Geral do Itamaraty Marcos Galvão. O cardápio foi preparado pelo chef da residência oficial do embaixador, Kazumine Nohara.

Saiba mais:

Arroz japonês
O Brasil e o Japão ocupam posições semelhantes na produção e no consumo de arroz, indicando que ambos os países cultuam esse alimento de forma semelhante. No entanto, o tipo de arroz mais consumido no Brasil é diferente do japonês (arroz japonica), cuja importação no Brasil representou apenas 3 toneladas em 2015.

Wagyu
A carne Wagyu, famosa pelo alto grau de marmoreio (efeito conhecido como shimofuri, em japonês), teve a importação liberada para o Brasil em fevereiro de 2017, mas as exportações do alimento para fins comerciais entre os dois países ainda não tiveram início. Em 2016, foram produzidas 205 mil toneladas desse tipo de carne no Japão. Apesar de ter variantes brasileiras, a verdadeira carne premium Wagyu é produzida apenas no Japão, por meio de um cuidadoso processo que leva 18 meses e que resulta em um

produto de alta qualidade. A carne Wagyu é extremamente suculenta, e derrete na boca, sendo procurada por chefs de todo o mundo pelo seu sabor e textura inigualáveis.

Saquê
O saquê é uma bebida fermentada à base de arroz, cujos sabor e aroma característicos resultam de um delicado processo de fabricação. O arroz especialmente produzido para a bebida é cuidadosamente polido, aproveitando-se apenas a melhor parte do grão. O teor alcóolico semelhante ao vinho e o aroma de fruta (ginjyo-ka) tornam essa bebida uma atraente opção dentro e fora do Japão.

Com a popularização da gastronomia japonesa ao redor do mundo, o volume de exportação do saquê tem registrado um crescimento contínuo nos últimos oito anos. Bares de saquê abrem com frequência em Nova York, e chefs renomados como Alain Ducasse buscam incorporar a bebida aos pratos da cozinha francesa.

Considerado que o Brasil é responsável pelo consumo de apenas 0,6% de todo o saquê japonês exportado, é possível concluir que ainda há muito espaço para essa bebida no país – mais de 10 mil marcas japonesas produzem saquê, o que mostra que ainda há uma grande variedade a ser apresentada ao público brasileiro.

Awamori
Pouco conhecido no Brasil, o awamori é uma bebida típica da província de Okinawa, no extremo sul do Japão. Ele é produzido a partir de uma variação específica de arroz, a Indica. O arroz passa por uma fermentação que utiliza principalmente o “kuro koji”, fungo que cria sabor e aroma marcantes na bebida. A produção do awamori é uma tradição japonesa cultivada há mais de 600 anos. Atualmente, é possível encontrar o Awamori em poucos estabelecimentos brasileiros, com uma variedade limitada de marcas.

Sobre o comércio Brasil-Japão
Com o objetivo de atingir a meta de 1 trilhão de ienes (US$ 9 bi) em exportação de produtos agrícolas e alimentícios em 2019, o governo do Japão tem trabalhado em conjunto com a iniciativa privada do país. Mitsuhiro Miyakoshi, assessor especial do Primeiro-ministro Shinzo Abe, tem se empenhado em atingir esse objetivo ao intermediar encontros junto a empresários e representantes do governo dos países importadores dos produtos japoneses.

Estabelecimentos de Brasília recebem certificação do governo japonês

O governo japonês  certificou  estabelecimentos brasilienses que comercializam produtos fabricados no Japão. A ação faz parte do programa internacional “Estabelecimentos que Comercializam e Promovem Alimentos e Bebidas Japoneses” (Japanese Food and Ingredient Supporter Stores Overseas), do Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão (MAFF). O projeto, que busca estimular o consumo de alimentos e bebidas japoneses em outros países, tem o objetivo de reconhecer os estabelecimentos onde o consumidor poderá encontrar produtos fabricados no Japão.O programa já acreditou 32 restaurantes e lojas de São Paulo,mas ainda não havia concedido o título a nenhum local de Brasília.Os primeiros estabelecimentos a receber o selo na capital federal  foram o mercado Mikami e os restaurantes New Koto,Yuzu-an e Umami Deli. A certificação  foi entregue  em 20 de agosto, na  cerimônia realizada na residência oficial do embaixador do Japão.O selo de estabelecimento apoiador dos alimentos japoneses tem o objetivo de auxiliar o consumidor que procura alimentos japoneses em sua cidade, indicando em quais locais é possível encontrar alimentos produzidos a partir de ingredientes japoneses ou produtos que tenham sido fabricados ou processados no Japão. Mais de 3 mil estabelecimentos já foram acreditados no mundo. No Brasil, o processo de certificação é gerido pela JETRO (Organização do Comércio Exterior do Japão) em São Paulo, que confere a certificação de acordo com a demanda e a capacidade de atendimento. A validade do certificado é de dois anos, podendo ser renovado após esse período.