Excelentíssimo Embaixador Fernando Abreu, Subsecretário – Geral da África e do Oriente Médio
Excelentíssima Embaixadora Ligia Scherer, Diretora do Departamento do Oriente Médio
Excelentíssimo Embaixador da Liga dos Estados Árabes
Excelentíssimos Embaixadores e encarregados de negócio
Senhoras e Senhores…
Bom dia a todos e que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam convosco.
Permitam-me, em nome de Sua Excelência o Decano, Embaixador do estado da Palestina, nosso querido irmão IBRAHIL ALZEBEN, e que me incumbiu de transmitir seu sincero pedido de desculpas, pois teve que se ausentar devido a compromissos fora de Brasília, e em nosso nome, a dirigir-lhes nossos imensos agradecimentos pela presença e por participarem conosco neste evento em que relembramos o 70º aniversário de AL NAKBA, da tragédia que aflige nossa gente e nossos irmãos na Palestina ocupada, desde a decisão injusta que dividiu a Palestina e que resultou na mais brutal força de ocupação que praticou os mais cruéis tipos de crimes de assassinato, de repressão, de abuso, de deslocamento forçado, de desapropriação, de demolição de residências, de destruição de propriedades e safras agrícolas e de fontes hídricas. Força de ocupação esta que isolou o povo palestino, através de construção de muros, infringindo as leis internacionais e criando o pior regime de segregação racial conhecido pela humanidade (O Apartheid).
Israel não se deu por satisfeita em abandonar seu compromissos assumidos nos acordo de Oslo e do Mapa do Caminho. Não se satisfez em recusar a iniciativa de paz árabe e em ignorar todas as decisões e resoluções da ONU e do Conselho de Segurança relacionadas ao estabelecimento de um Estado Palestino, tendo como capital Jerusalém. Preferiu prosseguir no uso da política de repressão, de assassinato e de deslocamento forçado contra o povo palestino, desconsiderando quaisquer itens do Direito Humanitário Internacional e dos tratados de Genebra relacionados ao tema.
Ontem ocorreu um massacre terrível praticado pelas forças de ocupação israelense, provocando a morte de 60 pessoas, dentre as quais 14 crianças e 03 membros de equipes medicas, além de mais de 2500 feridos, muitos em estado grave. E depois de tudo isso surge alguém para nos dizer que “é um grande dia para Israel”. Para vociferar em comemoração à sua decisão de transferir a embaixada do seu país para Jerusalém ocupada. Atitudes como esta, que descumprem o Direito Internacional, as negociações para a solução definitiva e a situação de Jerusalém, não qualifica seus autores a mediar quaisquer negociações, por falta de integridade e de credibilidade.
O povo palestino sofreu o bastante ao longo de 70 anos de injustiça, de sofrimento, de luta, de paciência e de expressar o seu desejo sincero de viver em paz. Porém, a resposta do lado israelense vem sempre em forma de assassinatos, de repressão e de usurpação de mais terras para a construção de assentamentos em territórios ocupados, em preparação para a solução final ao estilo israelense. Estilo este que se baseia na expulsão de todo o povo palestino de sua terra, apagando a sua identidade e a sua cultura.
A posição da comunidade internacional diante dos crimes praticados por Israel contra manifestantes civis pacíficos e desarmados é extremamente lamentável. Se o Direito Internacional não for capaz de faze-los acordar, que recorram as suas consciências e seus sentimentos éticos e humanitários para condenar essa agressão bárbara contra nossa gente e nossos irmãos na Palestina ocupada.
A Causa Palestina não é apenas uma causa política. É uma causa humanitária e ética, que requer a união de todos os esforços, visando reativar os acordos e as resoluções internacionais relacionados ao estabelecimento de um Estado Palestino, cuja capital é Jerusalém.
Daqui saudamos a República da África do Sul e a República da Turquia por retirarem seus embaixadores do Estado de Ocupação Israelense, em condenação as práticas criminosas das forças usurpadoras contra a população palestina.
Não posso deixar de registrar os nossos agradecimentos a República Federativa do Brasil e ao povo brasileiro amigo pelas posições de apoio a Causa Palestina nos diversos fóruns mundiais.
Nossos agradecimentos a todos os países que se recusaram a participar do eventos de transferência da embaixada americana para Jerusalém. E conclamamos todas as nações amantes da paz a tomarem medidas semelhantes em apoio ao povo palestina e a sua causa justa.