Na quinta -feira, 06 de setembro, o Embaixador Ibrahim Alzeben, Decano do Conselho de Embaixadores Àrabes no Brasil e embaixador da Palestina, recebeu em sua residência oficial, além de embaixadores da Liga Árabe, o embaixador do Paraguai, embaixador de Camarões e vários diplomatas e embaixadores brasileiros, Lígia Scherer ( Diretora do Departamento do Oriente médio do Itamaraty)e Luíz Henrique Sobreira Lima( Diretor do Departamento da Àfrica), para a despedida do embaixador brasileiro Fernando Abreu.
Abreu assume em outubro o posto de representante do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no Programa Mundial de Alimentos (PMA) e no Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), e deixar o cargo atual com a perspectiva de um novo tipo de colaboração entre árabes e brasileiros é comemorado por ele. Abreu foi defensor da ideia no Itamaraty e na Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
O diplomata assumiu como subsecretário-geral da África e do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores em 2015 e antes foi diretor da ABC por três anos. A agência é o braço do Itamaraty para projetos de cooperação técnica do Brasil com outros países. Abreu conta que está sendo avaliada a implantação de um projeto por Brasil e Emirados Árabes Unidos em Moçambique. O Brasil já tem esse tipo de parceria com países como Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido e EUA.
O embaixador acredita que a realização de um primeiro projeto conjunto de cooperação triangular com um país do Golfo pode ser o pontapé para que ações do tipo ocorram com outras nações árabes. A ideia é que o Brasil entre com sua capacidade técnica e algum recurso financeiro e os árabes com capital para desenvolvimento de projeto de cooperação em um país escolhido de comum acordo.
Segundo Fernando Abreu, o Brasil reage às demandas de cooperação que chegam em áreas nas quais tem experiência e capacidade. “Agricultura, educação, saúde, meio ambiente e formação profissional são as mais demandadas”, afirma. No caso de desenvolvimento de projeto na área agrícola, em cooperação triangular com os árabes, além de gerar renda no país escolhido, o projeto pode ajudar a garantir segurança alimentar para o Oriente Médio.
O embaixador da Palestina enfatizou em seu discurso a importância de Fernando Abreu para a causa palestina através de sua vivência no oriente médio e seu respeito pelo direito internacional.
“Permitam-me dirigir meus agradecimentos ao embaixador Abreu, na condição de embaixador da Palestina. Pois nos últimos três anos, onde tivemos mudanças radicais na política brasileira, principalmente a rápida mudança no cargo de Ministro das Relações Exteriores, Sua Excelência colaborou de forma inteligente, com muita sabedoria diplomática e com a serenidade de um sábio, para a preservação da posição do Brasil em relação a Causa Palestina, para permanecer como sempre foi, ou seja, de apoio a um povo cuja terra foi usurpada, tendo que se espalhar pelo mundo afora. Conseguiu, o Embaixador Abreu, convencer os sucessivos governos e ministros a manter a posição brasileira baseada na legitimidade internacional e no respeito ao Direto Internacional e as resoluções da ONU.
Nesta ocasião, não poderia de deixar de agradecer a Sra. Abreu pelos seus dotes médicos, que permitiram o estabelecimento de fortes relações de amizade com as embaixatrizes árabes e africanas. E sem dúvida, foi a grande incentivadora para que o Embaixador Abreu pudesse executar as atribuições de seu cargo, da melhor forma possível.
Outra vez, muito obrigado ao nosso amigo engenheiro da química que há entre o Brasil e os nossos países amantes do Brasil e do seu povo. Viva a amizade que nos une a família abreu, e viva a amizade, brasileira, africana e árabe.” Concluiu Alzeben.
Embaixador Fernando José Marroni de Abreu
Nascido em 1957, em São Borja, o embaixador Fernando José Marroni de Abreu é casado e tem 3 filhos. Graduou-se em engenharia química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e bacharelou-se em economia e em relações internacionais pela Universidade de Brasília. Ingressou na carreira diplomática em 1981. Como terceiro secretário, trabalhou no Departamento de África, além de ter sido professor-assistente de Política Externa Brasileira no Instituto Rio Branco. Dirigiu o Curso de Formação de Diplomatas em Guiné-Bissau, em 1985. Obteve, em 1988, o título de mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Paris I, com tese sobre a evolução da política africana do Brasil. Serviu, como secretário, nas Embaixadas em Paris, Havana e na Representação Junto à FAO. Foi assessor internacional do Ministério Extraordinário de Políticas Fundiárias, chefe de Gabinete do Ministério do Desenvolvimento Agrário, assessor internacional e chefe de Gabinete do Ministério da Defesa, vice-presidente do Conselho de Administração da INFRAERO, membro do Conselho Executivo da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional e membro-suplente do Conselho de Administração da EMBRAER. Defendeu tese no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco sobre a Política de Defesa Nacional. Entre 2005 e 2015, exerceu, sucessivamente, as funções de ministro-conselheiro na Embaixada em Madri, embaixador na Jordânia e diretor da Agência Brasileira de Cooperação. Empossado como Subsecretário-geral da África e do Oriente Médio em 26 de agosto de 2015.(Site do Ministério de Relações Exteriores)