Cooperação internacional entre o Brasil e a FAO visa fortalecer políticas de alimentação escolar

O Ministério da Educação (MEC) anunciou o novo ciclo de cooperação internacional entre o Brasil — por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) — e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) referente ao período 2024-2027.

A solenidade aconteceu nesta terça-feira, 14 de novembro, no Auditório do MEC, em Brasília (DF). Na ocasião, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, recebeu o título de embaixadora da Alimentação Escolar Brasileira pelo Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana.

O evento marca não só o encerramento do atual projeto “Consolidação de programas de alimentação escolar na América Latina e Caribe”, realizado pelo Brasil junto à FAO, mas também o lançamento do novo projeto que será desenvolvido pela Cooperação Internacional Brasil-FAO para o Ciclo 2024-2027, com ênfase nas ações da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (Raes).

De acordo com o Ministro Camilo Santana, o novo acordo de cooperação internacional vai enfatizar o fortalecimento da Raes como estratégia de união dos países em favor do tema da alimentação escolar.  O Ministro também reforçou que focará no estreitamento das agências de alimentação escolar e ambiental, especialmente em relação às pautas voltadas para a água e as mudanças climáticas, assim como para a temática escolas saudáveis e conflitos de interesse.

A embaixadora Luísa Lopes, diretora da ABC, do Ministério das Relações Exteriores, informou que o Itamaraty, apesar de ser muito conhecido por todo o seu trabalho político e multilateral, também tem a cooperação entre suas atribuições, com o objetivo de construir pontes com outros países. “Tem sido um privilégio ter esse setor tão especial na nossa pauta de trabalho. O Itamaraty também se importa com a fome, com as crianças e com a alimentação escolar. Somos parceiros nessa jornada conjunta, e para nós é um privilégio estar aqui nesse grupo”, disse.

A presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba, destacou a importância das parcerias para o fortalecimento das políticas de alimentação escolar, não apenas no Brasil, mas no mundo. “O Pnae é grandioso e tem reconhecimento internacional e um histórico de importantes parcerias com países da América Latina, Caribe, África e Ásia. Essas parcerias vêm garantindo apoio aos países na criação, implementação e fortalecimento das suas próprias políticas de alimentação escolar”, comentou.

Na mesma linha, Janja Lula da Silva afirmou que a alimentação escolar precisa ser tratada como uma política de Estado. “A cooperação Brasil-FAO é fundamental para o Brasil mostrar ao mundo o seu Programa Nacional de Alimentação Escolar, que é universal, e ampliar o intercâmbio com outros países da América Latina e Caribe”, ressaltou.

Para Rafael Zavala, representante da FAO, uma verdadeira política de alimentação escolar vai muito além da distribuição de merendas escolares. “Esse Programa de Cooperação Sul-Sul triangular de alimentação escolar muda vidas e muda futuros de muitas crianças, de aproximadamente 22 países. Temos que redobrar os nossos esforços para alcançar o objetivo do desenvolvimento sustentável n. 2, de erradicação da fome, e não será possível fazer isso sem alimentação escolar e sem um esforço conjunto de sociedade civil, do governo e da cooperação internacional”, concluiu.

Presentes

Também estiveram no evento o representante do Programa Mundial de Alimentos (WFP) e diretor do Centro de Excelência Contra a Fome, Daniel Balaban; além de representantes da comunidade escolar, da sociedade civil e de mais de 18 países que estão no Brasil por ocasião do Encontro “Alimentação Escolar na América Latina e Caribe: Trajetória e Perspectivas”, realizado pela ABC, pela FAO e pelo FNDE.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.