A UNECS( União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços) promoveu hoje, 14 de agosto, uma apresentação dos candidatos a Presidência da República, no centro de convenções Brasil 21. Os 5 Candidatos que participaram foram: Henrique Meirelles, Geraldo Alkmin, Fernando Haddad, Alvaro Dias e Ciro Gomes. Não foi explicado aos presentes os motivos da ausência de Jair Bolsonaro e de Marina Silva, já que todos foram convidados.
O Brasília in Foco participou do evento e trouxe um resumo das intenções dos candidatos e de seus discursos:
Ciro Gomes:
Ao questionamento sobre medidas para a eficiência do Estado, apresentado pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Logistas (CNDL), José César da Costa, o candidato afirmou que o endividamento de famílias e das empresas é uma trava que precisa ser solucionada. Acrescentou ainda que há um colapso do setor público cuja solução precisa ser debatida. “O Brasil tem que dedicar os seis primeiros meses do novo governo a uma discussão sobre reformas”, pontuou.
Ciro sugeriu a transferência de incidências de impostos dos rendimentos para os resultados, unificação de tributos e a adoção de um Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA), que incida sobre a despesa ou consumo das transações efetuadas pelo contribuinte.
O candidato do PDT mencionou ainda que tem uma proposta para a reforma da Previdência que deve incluir a capitalização dos aportes no sistema, como forma de evitar que ele se esgote e veja a necessidade de novas mudanças em pouco tempo.
Henrique Meirelles:
Meirelles ressaltou que, nos primeiros cem dias de governo, pretende focar em reforma tributária, reforma da Previdência e choque de produtividade. Acrescentou que a viabilidade das medidas passam pela redução das despesas públicas. “Em 1991, elas representavam pouco mais de 10% do PIB e esse montante dobrou até 2016. O país passou então a trabalhar mais para pagar o governo”, disse, acrescentando que 75% destas despesas são previdenciárias.
Conforme ponderou, o Brasil precisa enfrentar a reforma da Previdência agora para não ter que lidar com uma situação agravada em um futuro próximo. Ainda sobre as reformas, voltou a reforçar a importância do corte de despesas do governo, que deve ser feito por meio de alteração constitucional.
O candidato defendeu também a adoção do melhor da tecnologia para facilitar a relação de particulares com o governo, de forma a proporcionar um melhor ambiente de negócios. “Minha ideia é criar um gabinete digital ligado diretamente ao presidente da República para a análise de soluções”. Deu exemplos de sistemas como o e-social e o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), como casos bem sucedidos de implementação tecnológica com fins de desburocratização.
Sobre o tema urbanismo, o candidato trouxe à tona a questão do transporte público. Segundo Meirelles, nas grandes cidades, o trabalhador gasta cinco horas por dia em deslocamento e a melhoria deste sistema deve passar essencialmente pelo estabelecimento de parcerias público privadas de investimento, para tornar viável o sistema.
Fernando Haddad:
O destaque da exposição do candidato veio em intervenção do presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif, que questionou sobre a desburocratização do ambiente de negócios e a importância do crédito para empreendedores. Haddad deu o exemplo do programa posto em prática na cidade de São Paulo, durante sua gestão, que reduziu tempo médio para a abertura de empresas de 120 para sete dias. “Isso vai fazer que o Brasil suba 35 posições no ranking internacional de negócios. Mas se não fizer a reforma tributária, isso não atende o empreendedor”, observou.
Anteriormente, em resposta ao questionamento do Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Marcos Gabriel Atchabahian, o ex-prefeito de São Paulo destacou que as primeiras medidas de seu governo envolverão a reforma do sistema bancário. “Teremos que mudar a legislação tributária dos bancos. Quanto mais o banco cobrar de spread, mais juros terá que pagar. Quando o banqueiro subir o juro, vai doer no bolso dele, antes de doer no bolso do cliente”, disse.
Sobre a reforma da Previdência, Fernando Haddad, esclareceu que seu partido não se opõe, mas que discorda sobre a abrangência da proposta do atual governo federal. “Podemos fazer uma reforma ponderada com o trabalhador, tal como o ex-presidente Lula fez anteriormente.”
O ex-prefeito da capital paulista também expôs sobre o tema do desenvolvimento das cidades, trazendo exemplos que aplicou em sua gestão como chefe do Executivo municipal. Segundo Haddad, o plano diretor implementado em seu mandato foi premiado pelas Nações Unidas, por ter preconizado a verticalização da cidade, fomentando a ação empresarial às áreas onde o Estado já tinha investido em infraestrutura.
Alvaro Dias
Sobre como melhorar o ambiente de negócios no país, o senador paranaense ressaltou que a questão passa por uma grande reforma tributária, com redução de tributos e tributação mais na renda que no consumo.
No tema eficiência do Estado, o candidato destacou desafios nas áreas fiscal, de investimento e da produtividade. Ele disse, se for eleito, já no início de 2019, irá criar um limitador emergencial de despesas e fazer um corte de 10% em todos os gastos. “No segundo ano, faremos o ajuste estrutural, com orçamento de base zero”, completou. Segundo Dias, há um desperdício de mais de 10% nos recursos do governo, “sem contar o que é perdido por causa da corrupção”.
Álvaro Dias voltou a defender as reformas política, tributária e previdenciária. Essa última, como saída para cortar despesas e reduzir o déficit das contas públicas. Ainda para equilibrar a Previdência, Dias propõe instituir contas individuais capitalizadas. “Com os recursos da privatização, teremos um fundo para essa capitalização”, disse.
O candidato prometeu ainda privatizar empresas e diminuir o número de ministérios. Para a reforma política, defendeu um “Congresso mais enxuto, econômico e com qualidade”. Na área de urbanismo e serviços essenciais, ele disse que pretende trabalhar com as parcerias público-privadas e concessões para serviços e obras que melhorem a vida das pessoas nas cidades.
Na área da saúde, o presidenciável avaliou que “o problema não é dinheiro, e sim a corrupção, má gestão e falta de planejamento”. Para atender aos municípios mais distantes, ele propõe criar a carreira de Estado de médico federal, para aqueles que aceitem trabalhar nessas localidades.
Fotos: Fabiana Ceyhan
Fontes do texto: Site da UNECS e EBC