Edoardo Pesce é um ator italiano que esteve em Brasília no dia 31 de julho para a estreia de um dos filmes que atuou, Dogman, com o apoio da embaixada da Itália no Brasil e do embaixador Antônio Bernardini, o Brasilia in Foco conseguiu esta entrevista. Edoardo é um ator famoso na Itália e super simpático, foi super agradável e falou abertamente sobre alguns aspectos de sua vida e carreira. Entrevista concedida á jornalista Fabiana Ceyhan.
Conte nos um pouco sobre o início de sua carreira, como tudo começou?
- Eu nunca planejei ser um ator profissional, eu nunca pensei em realmente me tornar um ator, porém eu sempre gostei de atuar, eu comecei a fazer teatro como um Hobby. O meu paí é médico e eu cheguei a cursar medicina por três anos. No entanto eu não estava feliz, eu sentia que queria algo mais, a profissão não era compatível com o que eu queria fazer e ser, não consegui continuar, eu pensei que não estava sendo o que eu realmente era, eu queria fazer algo que me permitisse mudar o mundo, mas de uma forma individual. Deixei o curso. Me dediquei ao teatro, entrei em uma escola chamada teatro “AZIONE”.
- Já na escola,um amigo me aconselhou a procurar um agente , para me tornar profissional, pois achavam que eu era bom naquilo. Daí eu tive a ideia de participar de seleções para escolha de atores e comediantes. Em uma delas eu fui escolhido entre 100 pessoas e comecei a trabalhar como ator, o meu hobby passou a ser meu trabalho.
Como você lida com a fama?
- A fama não foi imediata, demorou um pouco e hoje eu não ando pelas ruas de Roma sem ser reconhecido. Primeiro reconheciam o personagem e depois começaram a reconhecer o ator Edoardo Pesce. A fama não me seduz, eu encaro tudo como um trabalho. Conversei muito com a minha família que sempre me aconselhou a ser humilde e não me empolgar com nada, até mesmo porque ninguém sabe o dia de amanhã. Eu não ligo para a fama. Como você perguntou, ela realmente aconteceu com a série Romanzo Criminalle que é muito popular e me deu uma projeção como ator. Os filmes Dogman e Fortunatta também tiveram grandes popularidade e estou no Brasil hoje para a projeção do filme Dogman.
O governo italiano apoia estes projetos culturais de cinema?
- Sim , o governo italiano tem projetos de apoio á língua e a cultura e o cinema, acredito eu, é uma das melhores formas de se explorar a língua e a cultura de um país. Obviamente nem todos os filme correspondem a realidade da Itália hoje, alguns são ficção, mas definitivamente o apoio do governo é e sempre foi importante para a conclusão de alguns projetos da Itália para o mundo.
É a sua primeira vez no Brasil?
- Sim, eu nem sei se vou ter a oportunidade de sentir e conhecer o Brasil de verdade pois ficarei por muito pouco tempo. Passarei por Brasília, Rio de janeiro e São Paulo. Mas me sinto feliz por estar aqui, quando era mais jovem estudei latin e grego e sempre me interesso em conhecer culturas diferentes.
Sobre o Filme Dogman e o Festival Italiano que desembarca hoje no Brasil:
- Um dos filme italianos mais vistos na Itália que último Festival de Cannes, virou uma sensação por sua precisão narrativa, o filme de Matteo Garrone . O longa-metragem expõe o descaso do estado com as periferias. O cineasta romano saiu duas vezes de Cannes com o Grande Prêmio do Júri (a láurea mais valiosa depois da Palma de Ouro): em 2008, com “Gomorra” e, em 2012, com “Reality”. Há quem diga que, em 2019, ele será o candidato da Itália ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Edoardo Pesce não concorda que o filme tenha viés político como sugeriram alguns críticos.
A Festa do Cinema Italiano exibe 11 filmes, entre eles, Uma Questão Pessoal drama sobre um soldado atormentado e último filme de Vittorio Taviani, cineasta morto em 2017. Do veterano Gianni Amelio, traz o melodrama A Ternura, centrado na figura de um advogado que vê sua afeição aflorar por uma família de vizinhos.
8 ½ Festa do Cinema Italiano
Qui. (2/8) a qui. (8), em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Vitória, Belém e Goiânia
O Brasilia in Foco conversou também com Estefano Savio- Organizador do festival Italiano no Brasil:
Por Gentileza, conte-nos como tudo começou e como você chegou a ser produtor de grandes festivais :
- Comecei desde muito cedo a gravar fitas em VHS, e fazer coleções , era uma paixão, estudei comunicação em trieste e trabalhei numa grande videoteca. Logo depois viajei para Lisboa e fui trabalhar numa cinemateca onde conheci o Paulo Branco, que é muito famoso em Portugal, desde então começamos a fazer este trabalho de organização de festivais.Fizemos um festival em Angola em 2012 e um em Moçambique em 2013. A capacidade produtiva da Itália é muito grande, temos um cinema muito bom e o cinema é um portal forte para divulgar a cultura e a língua italiana.
Como foi feita a escolha dos dois filmes Dogman e Fortunata para o festival?
- São filmes que foram muito bem aceitos e assistidos e foram para o festival de Cannes, dando projeção para a Itália. Excelente elenco e direção.
Estamos trazendo o festival pela terceira vez ao Brasil, em 2014 tivemos em Porto Alegre, em 2016 em 8 cidades e agora em 2018, 12 cidades brasileiras terão acesso aos filmes do festival. Serão 12 cidades, 11 filmes em uma semana.
Na Foto abaixo a equipe cultural da embaixada da Itália e a diplomata italiana Alessandra Crimi que vem fazendo um trabalho de destaque na àrea cultural no Brasil.