Gaza: França, Reino Unido, Alemanha, Itália e EUA apelam por trégua

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Comunicado conjunto pede cessar-fogo urgente e libertação de reféns.

França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Estados Unidos apelaram nesta segunda-feira (12) a Israel e ao movimento islâmico palestino Hamas para concluírem rapidamente um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, pedindo ao Irã que não ataque o Estado hebreu.

Os presidentes norte-americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, e os chefes de governo britânico, Keir Starmer, alemão, Olaf Scholz, e italiana, Giorgia Meloni, emitiram o apelo em um comunicado conjunto divulgado após terem falado por telefone para analisar a escalada das tensões no Oriente Médio. “Expressamos o nosso total apoio aos esforços em curso para reduzir as tensões e alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em Gaza”, diz o comunicado.

Os líderes políticos apoiaram o apelo dos países mediadores – Estados Unidos, Egito e Qatar – para que as delegações de Israel e do Hamas “retomem as conversações ainda esta semana, com o objetivo de concluir o acordo o mais rapidamente possível”. “Sublinhamos que não há mais tempo a perder.

Todas as partes devem cumprir as suas responsabilidades”, apelaram, depois de o Hamas ter anunciado que não participaria da próxima reunião, agendada para quinta-feira (15) no Cairo ou em Doha.

Tensão regional

O Irã e seus aliados regionais no Líbano, no Iraque e no lêmen ameaçaram Israel de represálias armadas, após o assassinato em 31 de julho na capital iraniana do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e na sequência do ataque israelense da véspera perto de Beirute que matou Fuad Shukr, chefe militar do Hezbollah libanês.

Em Teerã, o presidente do Irã, Massud Pezesnkian, afirmou hoje que seu país tem o
“direito de responder” a qualquer agressão de que seja alvo. “Embora enfatize a resolução de questões através da negociação, o Irã nunca cederá à pressão, às sanções e à coerção, mas considera que tem o direito de responder aos agressores de acordo com os padrões internacionais”, disse, segundo comunicado publicado pela agência oficial Irna após uma conversa telefônica de Pezesnkian com o chanceler alemão, Olaf scholz.

Os Estados Unidos calculam que o Irã poderá desencadear “nesta semana” um “conjunto de ataques” contra Israel, disse John Kirby, um porta-voz da Casa Branca. Os EUA “partilham a preocupação” de Israel sobre um ataque iminente proveniente do Irã e dos grupos aliados ao Irã na região, susteve John Kirby.

Nos últimos dias, os Estados Unidos reforçaram sua presença militar no Oriente Médio, ao deslocarem aviões de caça e diversos navios de guerra.

Histórico

Israel declarou em 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de o grupo ter realizado um ataque de proporções sem precedentes em território israelense, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram, segundo o mais recente balanço do Exército israelense.

A guerra, que hoje entrou no 311° dia e continua a ameaçar se espalhar para toda a região do Oriente Médio, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 39.897 mortos e 92.152 feridos, além de mais de 10 mil desaparecidos, na maioria presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também mais de dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestino sobrepovoado e pobre em uma grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Fonte: Agência Brasil