O Exército do Brasil está avançando nas negociações para adquirir o sistema de mísseis antiaéreos Akash da Índia, uma medida que busca modernizar e fortalecer a defesa aérea nacional diante dos crescentes conflitos globais e preencher uma lacuna significativa na capacidade de defesa de médio e longo alcance do país.
O Exército do Brasil, reconhecendo uma lacuna significativa em sua defesa antiaérea, está agora dando passos concretos para resolver esta deficiência. Com um território vasto e uma extensa fronteira terrestre e marítima para proteger, o país enfrenta desafios logísticos significativos que necessitam de uma resposta robusta em termos de defesa antiaérea. A falta de sistemas de defesa de médio e longo alcance tem sido uma vulnerabilidade crítica para a segurança nacional.
Durante uma audiência recente na Comissão das Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o General Tomás Paiva, comandante do Exército, destacou as negociações com a Índia para aquisição do sistema Akash. Este sistema é notável por sua capacidade de interceptar aeronaves e mísseis a médias altitudes, oferecendo uma cobertura muito mais ampla do que as capacidades atuais do Brasil.
A implementação do sistema Akash pode significar uma mudança radical para o Exército do Brasil. Atualmente, as defesas do país consistem principalmente em sistemas de curto alcance como o míssil de ombro Igla e o míssil portátil RBS 70, além de sistemas antiaéreos mais antigos como o canhão Oerlikon GDF e o veículo blindado Gepard. Nenhum desses sistemas oferece a capacidade de alcance que o Akash pode proporcionar.
As negociações não são apenas sobre compra e venda, mas também envolvem uma possível troca de tecnologia e produtos, incluindo a proposta de intercâmbio entre os aviões cargueiros KC-390, fabricados pela Embraer, e os sistemas de mísseis Akash. Este tipo de acordo, conhecido como “gov-to-gov” (governo para governo), é uma forma de garantir uma parceria mais estreita e confiável entre Brasil e Índia, fortalecendo as relações bilaterais dentro do contexto dos BRICS.
A aquisição proposta do sistema de mísseis Akash pela Índia representa uma oportunidade estratégica para o Exército do Brasil não apenas preencher uma lacuna crítica em suas capacidades de defesa, mas também para demonstrar um compromisso com a modernização e o fortalecimento das suas forças armadas. Esta negociação tem potencial para melhorar significativamente a segurança nacional e posicionar o Brasil como um líder em defesa antiaérea na América Latina.