Forças Armadas do Brasil recebem informações sobre ameaças de invasão da Guiana por: Renato Souza

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As Forças Armadas do Brasil receberam a informação de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pretende ordenar que suas tropas invadam a Guiana. O país, que fica na norte da América do Sul e faz fronteira com o Brasil, está entre os 20 mais pobres do mundo e não tem condições de se defender de um ataque externo. No entanto, há três anos, a multinacional “Exxon Mobil” descobriu petróleo no litoral de Essequibo, na Guiana, o que levanta a cobiça da Venezuela, que está com a economia fragilizada.

O ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann, foi até a cidade de Georgetown, capital da Guiana, acompanhado do ministro da Justiça, Torquato Jardim e Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Jungmann alertou que o Brasil não vai permitir o uso da força contra uma nação estrangeira na região. “Não se pode admitir, para o equilíbrio da região, qualquer saída pela força. O Brasil não aceita essa possibilidade e isso vale não só para esse dissenso, como para qualquer outro, pois esse é um princípio constitucional de nosso país,” disse o ministro. Jungmann destacou que a Força Aérea, Exército e Marinha do Brasil estão à disposição da Guiana, que deve informar qualquer necessidade. A fronteira dos dois países com a Venezuela foi reforçada. A Guiana foi colônia da Inglaterra até 1966, quando conquistou sua independência. Um acordo foi firmado entre os ingleses e venezuelanos para garantir o respeito aos limites da Guiana. Mas Nicolás Maduro crítica a validade deste acordo. A ONU tentou mediar o conflito há alguns meses, mas acabou desistindo.

Em setembro do ano passado, o presidente da Guiana, David Granger, esteve em Brasília e conversou com o presidente Michel Temer sobre a tensão com a Venezuela. Ele pediu ajuda ao Brasil para proteger seu território. A Guiana tem cerca de 780 mil habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de U$ 3,9 bilhões. Apesar da crise severa que enfrenta, a Venezuela tem uma das maiores e mais bem equipadas Forças Armadas da América do Sul. Aviões de caça russos SU-30 e norte-americanos F-16 integram o poder aéreo do país que tem um Exército com 113 mil soldados. O Brasil tem condições econômicas, contingente militar e reserva ativa maiores que a Venezuela. Mas seu poder aéreo é menor. Apesar da fome que assola os venezuelanos, Maduro mantém 11 ministros militares em seu governo, o que faz com que mantenham recursos para o setor bélico e alimentos para suas famílias. Por: Renato Souza. Foto: Army Recognition.