Um grupo global de cientistas descobriu anticorpos que podem neutralizar não somente a variante Ômicron, como também as demais cepas conhecidas do coronavírus.
A cepa Ômicron tem preocupado cientistas e autoridades sanitárias ao redor do mundo por apresentar risco de reinfecção 5,4 vezes maior e se multiplicar 70 vezes mais rápido em vias áereas. Além disso, a variante possui 37 mutações em sua proteína spike, o que é considerado um número surpreendentemente alto para um vírus.
De acordo com um dos pesquisadores envolvidos na descoberta, David Veesler do Instituto de Medicina Howard Hughes e da Universidade de Medicina de Washington, os anticorpos trabalham visando áreas da proteína spike do vírus que são inalteradas por mutações.
A partir da proteína spike, os cientistas podem desenvolver vacinas e tratamentos que funcionam não apenas contra a variante Ômicron, mas também contra qualquer mutação que possa ocorrer no futuro. Estudos mostram que a nova cepa, embora menos fatal, é capaz de escapar da proteção oferecida pelos imunizantes criada=os para outras variantes.
Atualmente, diversos países estão oferecendo a terceira dose das vacinas para fortalecer a proteção contra a variante e Israel já estuda a possibilidade de uma quarta dose. Um estudo de Oxford apontou que duas doses do imunizante da Pfizer e da AstraZeneca não geram resposta satisfatória contra a Ômicron, e mesmo três doses do imunizante BioNTech perdem eficácia em dez semanas.
Se o vírus continuar a sofrer mutações — o que acontecerá se a desigualdade vacinal não for tratada —, é possível o surgimento de uma variante mais mortal e transmissível capaz de desencadear outra onda de infecções, como a causada pela cepa Delta.O estudo apontou ainda que as vacinas Moderna, Pfizer/BioNTech e AstraZeneca oferecem alguma proteção contra a Ômicron.
O time de pesquisadores acredita que as mutações da Ômicron podem ter sido ocasionadas por um sistema imune especialmente fraco de uma pessoa infectada com a variante. Também é possível que o vírus tenha passado de humanos para animais e retornado para humanos.
O estudo apontou ainda que as vacinas Moderna, Pfizer/BioNTech e AstraZeneca oferecem “alguma proteção” contra a Ômicron. Os imunizantes Sputnik V, Sinovac e Johnson & Johnson não mostraram prevenção contra a ação da nova cepa.
Fonte: TudoCelular