Confinamento em 11 países europeus evitou 3,1 milhões de mortes, estima estudo

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Uma mulher usando uma máscara facial atravessa a ponte de Westminster com o relógio Big Ben e as Casas do Parlamento em segundo plano, enquanto a disseminação da doença por coronavírus

Os isolamentos em massa e outra intervenção não farmacêutica em 11 países europeus podem ter ajudado a evitar 3,1 milhões de mortes, pois as medidas controlaram com sucesso a transmissão do novo coronavírus, de acordo com uma pesquisa do Imperial College London.

De 2 a 29 de março, os países europeus começaram a implementar os métodos não farmacêuticos, como fechamento de escolas e confinamentos nacionais, a fim de controlar a pandemia da COVID-19.

Nessa pesquisa de modelagem, uma equipe no Imperial College London usou o dado de morte para inferir mudanças no curso da pandemia como o resultado das intervenções não farmacêuticas. Eles analisaram os dados dos 11 países europeus, incluindo Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha e Bélgica, até 4 de maio.

A equipe estimou que até essa data entre 12 e 15 milhões de indivíduos nesses países foram infectados com coronavírus.

Por comparar o número de mortes observadas contra o previsto por seu modelo na ausência das intervenções, os autores sugeriram que 3,1 milhões de mortes foram evitadas devido às medidas não farmacêuticas.

Eles também calcularam que o número de reprodução caiu para menos de um como resultado das intervenções, uma baixa média de 82%, apesar de os valores variarem entre países. O número de reprodução significa o número médio de casos que uma pessoa infectada pode causar quando ela é infecciosa.

“Esse dado sugere que sem qualquer intervenção, como confinamentos e fechamento de escolas, poderia ter havido muito mais mortes da COVID-19. A taxa de transmissão caiu dos altos níveis para os sob controle em todos os países europeus que pesquisamos”, disse o doutor Samir Bhatt, autor de pesquisa do Centro MRC para Análise de Doenças Infecciosas Globais, Instituto Jameel, Imperial College London.

“Nossa análise também sugere mais infecções nesses países europeus que a estimativa anterior. Uma consideração cuidadosa deve ser dada agora às medidas contínuas que são necessárias para manter a transmissão do SARS-CoV-2 sob controle”, acrescentou.

Fonte: XINHUA