O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou o teste nuclear subterrâneo do último domingo (3) promovido pela Coreia do Norte como “mais uma violação grave das obrigações internacionais do país”.
De acordo com um comunicado emitido por um porta-voz da ONU, o secretário-geral também afirmou que a ação do governo norte-coreano prejudicou os esforços internacionais de não proliferação e desarmamento e também é “profundamente desestabilizadora para a segurança regional”.
“O secretário-geral reitera o seu apelo à liderança da Coreia do Norte para que cumpra tais atos e cumpra plenamente suas obrigações internacionais ao abrigo das resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, afirmou o comunicado, observando que Guterres permanece em contato com todas as partes interessadas.
Também no domingo, o chefe da agência atômica da ONU disse que o teste nuclear é “um ato extremamente lamentável”.
“Este novo teste, que segue os dois testes do ano passado e é o sexto desde 2006, está em completo desrespeito com as repetidas demandas da comunidade internacional”, disse Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Em suas resoluções, sendo a mais recente de número 2371, o Conselho de Segurança reafirmou suas decisões de que a Coreia do Norte não deve realizar mais testes nucleares e deve abandonar todas as armas nucleares e programas nucleares existentes de forma completa, verificável e irreversível.
“Mais uma vez, exorto a Coreia do Norte a implementar plenamente todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e da AIEA”, disse Amano, observando que sua agência continua acompanhando de perto o desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano, e continua pronta para contribuir para uma resolução pacífica da questão.
Nesta segunda-feira (4), o principal representante político das Nações Unidas pediu ao Conselho de Segurança que permaneça unido e tome medidas adequadas contra o teste nuclear.
“Os últimos e sérios desenvolvimentos exigem uma resposta abrangente para quebrar o ciclo de provocações da Coreia do Norte”, disse Jeffrey Feltman, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, em uma reunião emergencial do Conselho. Ele observou que “essa resposta deve incluir informações sábias e diplomacia ousada para ser eficaz”.
Feltman, no entanto, sublinhou a importância de responder às necessidades humanitárias, independentemente da situação política, dado que as pessoas da Coreia do Norte dependem da comunidade internacional para receber assistência.
A reunião desta segunda foi a segunda reunião de emergência do Conselho sobre o tema em menos de uma semana, e a décima que o órgão se reuniu para discutir a Coreia do Norte só neste ano.
Feltman destacou, em termos técnicos, que é “evidente” que o rendimento do dispositivo foi maior do que qualquer um dos testes nucleares anteriores da Coreia do Norte. Especialistas estimaram um rendimento entre 50 e 100 quilotons – em média cinco vezes mais poderoso que a arma detonada sobre Hiroshima.
Fonte e Texto: Site da ONU no Brasil