51 participantes disputam o IlI Prêmio de Tradução da Embaixada da França

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O vencedor será conhecido no dia 30 de agosto, em cerimônia na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

Depois do sucesso da segunda edição, que recompensou Uma temporada no Congo, de Aimé Césaire, publicado pela editora Temporal, e traduzido pelo trio João Vicente, Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani e Maria da Glória Magalhães dos Reis, a Embaixada da França no Brasil, por meio do seu Escritório do Livro e do Debate de Ideias, se prepara para mais uma cerimônia de premiação.

Esta terceira edição do prêmio recompensa a melhor tradução de livros escritos originalmente em francês, traduzidos para o português do Brasil, e publicados aqui entre 1º de maio de 2023 e 30 de abril de 2024. Entre ficção e não-ficção, 51 títulos foram inscritos pelas editoras brasileiras este ano.

O júri de 2024 é composto pelos três tradutores premiados da segunda edição, João Vicente, Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani e Maria da Glória Magalhães dos Reis. O objetivo do prêmio é dar visibilidade ao importante trabalho que é o da tradução, assim como aos grandes profissionais que são os tradutores do francês no Brasil, pontes essenciais entre as duas culturas. O prêmio visa também lançar luz sobre um livro, uma editora e um projeto editorial particularmente relevantes.

Prêmio – O tradutor selecionado pelo júri ganhará uma viagem de visitas e encontros profissionais na França. Terá a oportunidade de encontrar com seus pares e discutir sobre o trabalho da tradução e das editoras na França.

Cerimônia – O livro vencedor será revelado em evento no dia 30 de agosto de 2024, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O evento, que também será transmitido ao vivo, conta com a seguinte programação::
– 09h30 | Abertura institucional
– 10h00 | Mesa-redonda sobre a tradução e autoria afrodiaspórica
– 11h15 | Mesa-redonda com o júri do Prêmio de Tradução da Embaixada da França no Brasil
– 12h15 | Entrega do Prêmio
– 12h30 | Coquetel/brunch.
Tradução e autoria afrodiaspórica [mesa-redonda em parceria com o Goethe-Institut] -Além da tradicional mesa do júri do Prêmio, o evento terá uma mesa sobre a tradução para o português do Brasil de obras de expressão alemã e francesa e autoria afrodiaspórica, em parceria com o Goethe-Institut.

A França e a Alemanha estão ligadas por uma história comum e uma amizade que reflete na Europa e no mundo. No Rio de Janeiro, a parceria se intensificou ao longo dos últimos anos com ações culturais, realizadas conjuntamente pelo Goethe-Institut Rio de Janeiro e pelo Serviço de Cooperação e Ação Cultural do Consulado Geral da França no Rio, em parceria com vários atores e instituições brasileiras dentro de iniciativas nacionais e internacionais. Essa mesa é um dos muitos eventos fruto dessa parceria.

Além de ampliar o acesso ao público, as traduções de obras literárias feitas por pessoas negras de territórios diversos possibilitam a troca de conhecimentos acerca da experiência diaspórica em diferentes regiões do mundo. A circulação de saberes, memórias e produções estéticas enriquece o campo cultural e permite uma compreensão mais ampla de legados históricos e estratégias de luta por reparação e igualdade.

A conversa entre as tradutoras e pesquisadoras Jess Oliveira e Lígia Ferreira com o editor Vagner Amaro, fundador da Editora Malê, moderada por Stephanie Borges, apresentará um panorama das mudanças recentes no mercado editorial brasileiro, o papel dos profissionais da tradução como curadores e a importância das parcerias entre editoras, instituições e tradutores para a difusão de pensadores renomados e de nomes da literatura contemporânea de autoria negra em português brasileiro.

Jess Oliveira é tradutora, pesquisadora, professora e poeta. Possui Bacharelado em Letras (Alemão e Português) pela Universidade de São Paulo (USP) e mestrado em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Sua dissertação de mestrado apresenta a produção poética de May Ayim (1960-1996), o surgimento do movimento negro alemão contemporâneo e o processo tradutório dessa poeta no Brasil, contextualizando a obra de Ayim no âmbito da Filologia Alemã, ao mesmo tempo que explora seus significados no âmbito estético vernacular na Diáspora Negra. Integrou entre 2017 e 2022 o grupo de pesquisa Traduzindo no Atlântico Negro da UFBA, onde se doutorou em Literatura e Cultura. Foi bolsista DAAD/CAPES (2021-2022) de doutorado sanduíche na Universidade Bayreuth, Alemanha. Em 2020, foi finalista do prêmio Jabuti na categoria Tradução e integra, com Bruna Barros, o cocoruto art-duo, plataforma de experimentação em tradução.

Lígia Ferreira é tradutora e pesquisadora brasileira. Fez sua graduação em Letras e Linguística na Universidade de São Paulo (USP). Obteve um doutorado em letras (mundos lusófonos) na Universidade Paris 3, com uma tese sobre o escritor, jornalista e abolicionista negro brasileiro Luiz Gama, tema de vários trabalhos inéditos.

Ao retornar ao Brasil, passou a lecionar na Universidade de São Paulo, onde se tornou diretora do Centro de Línguas. Desde 2009, é pesquisadora e professora na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ocupando a cátedra de francês e literaturas de expressão francesa.Nos últimos anos, tem se interessado especialmente pelo fenômeno do plurilinguismo e da autotradução entre escritores não francófonos de expressão francesa. Em 2018, recebeu a condecoração das Palmas Acadêmicas do governo francês.

Stephanie Borges é poeta e tradutora. É autora de “Talvez precisemos de um nome para isso” (Cepe, 2019) e da plaquete bilingue “Made of Dream/ Feito um sonho” (Ugly Ducking Presse, 2023). Traduziu autores como Audre Lorde, Margaret Atwood, Claudia Rankine e Jericho Brown.Publicou ensaios na revista Serrote e colabora com veículos como Folha de S. Paulo e a Revista 451.Integrou o coletivo curador da Bienal do Livro do Rio de Janeiro 2023 e, em 2024, foi curadora da programação literária do pavilhão brasileiro da Feira Internacional do Livro de Bogotá (Filbo).

Vagner Amaro é editor e escritor. Mestre em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Publicou “Eles: contos” (2018), “Mandisa e a vovó Alegria” (2021) e “Os dias em que não te vi: poesia” (2022), “Deixe que eu sinta teu corpo: contos” (2024). Organizou diversas publicações, com destaque para “Olhos de azeviche: dez escritoras negras que estão renovando a literatura brasileira” (2019); “Machado de Assis: contos e crônicas” (2020) e “Do Índico e do Atlântico: contos brasileiros e moçambicanos”

Sobre os organizadores:
Escritório do Livro da Embaixada da França

Com o objetivo de promover a venda de direitos, a tradução e a distribuição de livros francófonos no Brasil, o Escritório do Livro mantém relações regulares com todos os atores da economia do livro os quais apoia através de diversos programas (Programas de Apoio à Publicação da Embaixada e do Institut Français, Prêmio de Tradução da Embaixada da França, etc.) e com quem organiza ações em parceria.
O Escritório do Livro também trabalha para promover e divulgar os autores francófonos no Brasil, facilitando a presença deles nos principais eventos literários do país.

Biblioteca Nacional

Com mais de 200 anos de história, a Biblioteca Nacional é a mais antiga instituição brasileira, anterior mesmo à constituição do Brasil como nação independente.

A Biblioteca Nacional (BN) tem a missão de coletar, registrar, salvaguardar e dar acesso à produção intelectual brasileira. A BN mantém parcerias e ações de cooperação com instituições diversas para troca de conhecimento, promoção de pesquisa e de boas práticas de organização, gestão, conservação, preservação e valorização do acervo, definindo projetos comuns que fortaleçam, nos âmbitos nacional e internacional, a missão e o papel da instituição.

Goethe-Institut

O Goethe-Institut conecta pessoas em todo o mundo. Como instituto cultural oficial da Alemanha, promove o intercâmbio cultural, a educação e os discursos sociais em contexto internacional, assim como apoia o ensino e a aprendizagem do idioma alemão. Presente em 98 países, com 151 unidades, atua no Rio de Janeiro desde 1957. O instituto no Centro da cidade é aberto ao público, e a biblioteca pode ser utilizada on-line ou no local sem custos.

Oferece acesso à língua alemã em cursos de alemão, por meio de projetos com escolas públicas e particulares e em treinamentos voltados para professoras e professores.

A vasta programação cultural é elaborada em parceria com a cena local e comprometida com os princípios de transparência, diversidade e sustentabilidade. Como um foco atual, estreita os laços franco-alemães no Rio por meio de uma multiplicidade de ações conjuntas que são parte do projeto
#JuntesnaCultura.

Serviço:
Cerimônia de premiação do III Prêmio de Tradução da Embaixada da França no Brasil
30/08/2024, 9h30-12h30, seguido por un coquetel/brunch
Fundação Biblioteca Nacional – Rua México, s/n° / Auditório Machado de Assis
A cerimônia será transmitida ao vivo no canal youtube da Biblioteca Nacional:
https://www.youtube.com/c/Funda%C3%A7%C3%A3oBibliotecaNacional