Falava-se num Plano Marshall, como o que se investiu na Europa depois da Segunda Guerra Mundial, e o novo poderá ser de 750 mil milhões de euros.É inovador porque será financiado com uma emissão de dívida europeia, o que muito agradou a mais de uma dezena de países da União Europeia, sobretudo no sul, face aos impactos da pandemia.
“Esta é a terceira crise consecutiva numa década e era absolutamente necessário ter uma reação diferente daquela que foi dada às crises anteriores, tanto a financeira como a dos refugiados”, disse Enrico Letta, ex-primeiro-ministro de Itália.
“Penso que esta proposta ousada está ao nível daquilo que fez o ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na política monetária, há oito anos. Estamos num momento de viragem e é muito importante fazer uma boa implementação”, acrescentou.
Reunião de Cúpula em 19 de junho
Os governos dos Estados-membros deverão reunir-se em 19 de junho, mas até lá haverá muita negociação nos bastidores, sobretudo para convencer os países mais conservadores do ponto de vista orçamental.Esses países preferem empréstimos com condições claras.
“A Suécia adotou uma linha diferente no combate à Covid-19, mas economicamente está, praticamente, no mesmo barco. Entendo a posição do governo, mas a verdade é que a situação é grave. O que acontece na Itália e na Espanha vai ter repercussões na Dinamarca e na Suécia. No final, acabarão por chegar a um acordo”, afirmou Alexander Stubb, ex-primeiro-ministro da Finlândia.
Mergulhada na pior recessão da sua história com uma quebra de 20% do PIB depois de dois meses de paralisação quase total, a União tenta encontrar reposta à altura das expetativas dos seus 450 milhões de cidadãos.