Seis embaixadores – nomeados recentemente para comandar as embaixadas de seus países em Brasília – participaram do “Viver Brasília: Uma Perspectiva Internacional”. O projeto – do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter) e da Secretaria de Turismo (Setur) -, tem o objetivo de ambientar os diplomatas e aprofundar a relação com a história e a cultura da cidade, por meio de um passeio pelos principais pontos turísticos da Capital, como forma de dar as boas-vindas aos novos moradores.
Conhecer a cidade para quem ocupa o cargo de embaixador é sempre um desafio. O trabalho do dia a dia de um chefe de missão frente a uma embaixada é árduo e, muitas vezes, só depois de um longo período é que é possível conhecer melhor o local onde ele está vivendo. Para se ter uma ideia, das cerca de 140 representações diplomáticas sediadas na Capital, quase 10% desses comandos se renovam todos os anos.
Para acolher e apresentar a capital aos novos moradores, um tour, com cerca de 3 horas de duração e o foco na área central de Brasília, é oferecido aos diplomatas. Tem início na Praça dos Três Poderes e segue, ao longo do Eixo Monumental até a Praça do Cruzeiro. De lá, um breve passeio pela Asa Sul, com parada na Super Quadra modelo da cidade – a SQS 308 – e visita à Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. A programação termina com o pôr do sol no Pontão, no Lago Sul.
“O Viver Brasília é estratégico, uma vez que proporciona o acesso a diferentes oportunidades para o DF, quer seja na aproximação de potenciais investidores ou de mercados, ou mesmo na participação ativa em campanhas promovidas pelo governo, que engajam a comunidade internacional nas necessidades da população local”, enfatizou o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto. “Com o potencial de cooperação e compartilhamento de culturas existentes na área internacional, o projeto é uma ferramenta de comunicação pública para otimização da característica internacional de Brasília”, finalizou.
Várias visões de Brasília
Os diplomatas de Belarus, Ruanda, El Salvador, Albânia, Camboja e Namíbia se encontraram na Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, onde foram recebidos com as delícias do cardápio do local antes do início do tour. Acompanhados pela equipe da Serinter e por um guia bilíngue da Setur, eles conheceram os principais pontos turísticos na área como Espaço Lucio Costa e Panteão da Pátria.
De acordo com o secretário de Turismo, Cristiano Araújo, o projeto é uma oportunidade de apresentar Brasília para o mundo por meio dos embaixadores. “O city tour contou com um roteiro pensado para destacar os principais pontos turísticos da cidade, ressaltando seus aspectos cívicos, religiosos, arquitetônicos e gastronômicos. Temos certeza de que essa recepção encantou o olhar dos novos embaixadores sobre a nossa capital”, afirmou.
Em uma van, o passeio passa pelo Eixo Monumental com parada em um dos principais cartões postais da cidade: a Catedral Metropolitana de Brasília. Após a visita, a van segue para que os diplomatas conheçam de perto outros monumentos importantes da Capital como Museu da República e Biblioteca Nacional; Teatro Nacional; Rodoviária do Plano Piloto; Torre de TV; Estádio Nacional Mané Garrincha; Centro de Convenções Ulysses Guimarães; Palácio do Buriti. “Além do passeio em si, o projeto fortalece e aplica os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 11, que aborda cidades e comunidades sustentáveis, e o ODS 17, que incentiva parcerias e meios de implementação”, frisou o secretário-executivo de Relações Internacionais, Paulo Cesar Chaves, que acompanhou os novos embaixadores durante todo o percurso. O passado e o presente
A próxima parada, no Memorial JK, dá aos novos embaixadores uma verdadeira aula sobre o processo de transferência da capital do Brasil para o Planalto Central. Lá, o tour contou, ainda, com os guias do próprio espaço, que aproximaram ainda mais os novos moradores da história de Brasília. “Viver tudo isso como turista tem sido um prazer, pois muitas vezes, só passo de carro sem perceber a grandiosidade das coisas”, disse o embaixador de Ruanda, Lawrence Manzi. De acordo com ele, a parte favorita do passeio foi a visita ao memorial dedicado ao ex-presidente e fundador de Brasília, Juscelino Kubitschek. “Você pode ver a história, os tempos modernos e o futuro ao mesmo tempo”, completou o embaixador de Belarus, Andrey Adreiev.
Na van, o passeio continua com mais cantos surpreendentes e importantes da cidade como a Praça do Cruzeiro;
Câmara Legislativa do DF; Tribunal de Justiça; Ministério Público do DF; Parque da Cidade; Jardim Burle Marx; com uma parada na Super Quadra Modelo de Brasília – projeto urbanístico de Lucio Costa, paisagismo de Burle Marx, azulejos de Athos Bulcão, Igrejinha e Escola Parque de Oscar Niemeyer.
No local, que reúne num só endereço a assinatura dos homens que fizeram história em Brasília, uma verdadeira aula de arquitetura e urbanismo. Para o embaixador do Camboja, Nguon Hong Prak, uma experiência ímpar. “Pudemos ver a vida real de Brasília, aprendemos muito sobre como construir a cidade e, claro, podemos aprender com o novo”, ressaltou.
Por fim, o desembarque no Pontão do Lago Sul, onde foram recebidos para um happy hour em um bar parceiro do projeto, o Salva. “Achei muito útil o tour porque quando um diplomata começa uma missão em um novo país, a maioria tem um conhecimento teórico daquele lugar, mas é outra história entre a leitura e o conhecimento”, afirmou o embaixador da Albânia, Genti Bendo. “Pude ver as igrejas por dentro porque, ocupado com as recepções, reuniões e papeladas, simplesmente passava pela igreja sem saber qual é a história por trás dela”, concluiu.