Milhares depessoas protestaram nas ruas de Mar del Plata, o maior resort da costa atlântica argentina, contra o alargamento da exploração petrolífera offshore naquela costa.
A controvérsia foi desencadeada há alguns dias, quando o governo argentino deu luz verde à exploração sísmica de hidrocarbonetos em três blocos da bacia norte argentina.
Uma ambientalista argumenta: “A Universidade de Tandil apresentou todas as estatísticas de todos os casos de companhias petrolíferas dos últimos 60 anos e está estabelecido que existe uma probabilidade de 100 por cento de acidentes”.
O governo alega que a autorização foi concedida após a realização de uma consulta pública e garante fiscalização ao cumprimento das normas internacionais “mais exigentes” em matéria de cuidados ambientais.
Quem não se convence é Guillermo Montenegro, o autarca de Mar del Plata, um município que vive do turismo e da pesca, que já avisou que levaria o assunto para os tribunais.
Luisina Vueso, coordenadora da campanha oceânica da Greenpeace disse à agência de notícias espanhola, EFE: “Rejeitamos este tipo de exploração devido ao seu impacto negativo no ecossistema marinho, nas paisagens costeiras e em atividades económicas como o turismo e a pesca”.
Vueso diz que a exploração sísmica envolve a emissão de sons “tão poderosos” no mar que são capazes de prejudicar a fauna marinha, principalmente os mamíferos e observou que na audição pública não vinculativa realizada no ano passado “98% dos participantes” opuseram-se à atividade offshore na bacia norte da Argentina, acrescentando que “não há maneira de a atividade poder ser realizada de forma sustentável ou de o Ministério do Ambiente poder impor controlos”.
não há maneira de a atividade poder ser realizada de forma sustentável ou de o Ministério do Ambiente poder impor controlos
Luisina Vueso coordenadora da campanha oceânica da Greenpeace
Em Mar del Plata até os turistas protestam, como estes que afirmam: “Um oceano azul com baleias e golfinhos e dizem que não terá impacto ambiental. É por isso que estou a apoiar todos os marplatenses”.
“O mar é sagrado não devemos trocar-lhe. O mar é de todos, de todos os argentinos”.
Face aos protestos, fontes do setor petrolífero afirmam que em quase 50 anos de atividade offshore na Argentina, com 280 poços, não se registaram incidentes que afetassem o ambiente ou os trabalhadores.
Fonte: EuroNews