O candidato Alvaro Dias enviou ao Brasilia In Foco detalhes sobre a política externa que pretende adotar caso seja eleito o Presidente do Brasil.
Política Externa
Eixos defendidos pelo candidato Alvaro Dias
O diplomata, político e intelectual, Roberto Campos, certa vez definiu a trajetória cíclica da política externa brasileira como uma oscilação entre “cabeça de sardinha” e “rabo de baleia”. A metáfora dizia respeito às diferentes estratégias de inserção internacional do Brasil desde os tempos do Barão do Rio Branco, que ora priorizavam o protagonismo entre os países menos desenvolvidos, ora buscavam o alinhamento com as potências mundiais.
Esta dicotomia durou até o final da Guerra Fria, quando havia pouco espaço de neutralidade para a movimentação internacional dos Estados. Navegar na complexidade de uma ordem internacional em plena transformação exige, pois, a formulação de estratégias concomitantes e não excludentes, tanto na esfera da diplomacia bilateral como multilateral.
Uma concertação político-diplomática que assegure um posicionamento mais assertivo junto aos organismos multilaterais, reforçando a presença e atuação do Brasil na Organização das Nações Unidas –ONU-, bem como na Organização dos Estados Americanos- OEA, Organização Mundial do Comércio-OMC- entre outros.
Defendo a criação de uma frente ampla de combate às drogas na América Latina. Um pacto entre os países latino-americanos, sob a supervisão da OEA, com o envolvimento dos líderes políticos locais. É importante definir uma estratégia de prevenção e repressão para os próximos quatro anos.
Na perspectiva do interesse nacional, defendo que o alinhamento com a União Europeia e Ásia merece ser intensificado, notadamente esforço especial para celebração de um acordo entre o Mercado Comum do Sul e o bloco econômico europeu. A possibilidade de acordo entre Mercosul e a União Europeia ganhou recentemente novo fôlego e devemos aproveitar o bom momento, fortalecendo as negociações. O mesmo pragmatismo deve ser buscado junto ao BRICS (bloco de concertação essencialmente política formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), aportando uma perspectiva mais econômico-comercial às relações intra-bloco, fortalecendo sua musculatura.
No tocante aos Estados Unidos é imperioso apoiar e ampliar o Foro Permanente de Segurança Brasil-EUA, privilegiando o trabalho conjunto no combate aos ilícitos transnacionais. A ideia é que sob a coordenação do Itamaraty e do Departamento de Estado, sejam estabelecidas condições favoráveis para articulação e o desenvolvimento de estratégias operacionais em torno de seis áreas temáticas, quais sejam: narcotráfico, tráfico de armas, delitos cibernéticos, lavagem de dinheiro e crimes financeiros, terrorismo, e temas institucionais e transversais.
O relacionamento com os países emergentes não deve ser orientado por conteúdo político-ideológico. Temos que ter em mente os compromissos internacionais históricos do Brasil com a manutenção da paz, da cooperação e dos direitos. Forte empenho na construção de uma sociedade moderna, justa e de padrão civilizatório mais elevado.