Pesquisadora de Brasília promove residência artística em Lisboa

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Performance da dançarina Jéssica Sampaio para o Caravanas Imaginárias

Projeto Caravanas Imaginárias, sobre criação coletiva em dança e teatro, é fruto de Mestrado na Universidade de Brasília

Um projeto nascido e criado em território brasiliense chega em terras portuguesas em abril deste ano para promover o intercâmbio entre artistas que trabalham com criação em dança, teatro e música. O Caravanas Imaginárias é fruto das pesquisa de Mestrado realizado na Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília pela pesquisadora, multiartista e psicoterapeuta Jamila Gontijo, que desenvolveu um laboratório voltado à troca de experiências entre dançarinos, músicos e atores para a criação coletiva de espetáculos. Após concluir o Mestrado em 2018, o Caravanas Imaginárias se manteve ativo ao ser selecionado como um dos projetos do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal.

Jamila Gontijo (centro) com Caravanas Imaginárias após espetáculo (Departamento de Música da UnB)

Para desenvolver as pesquisas, Jamila Gontijo traz na bagagem mais de 15 anos de experiência com danças étnicas e regionais. “Eu sentia necessidade de inserir essas danças dentro da linguagem contemporânea, promover a troca com outras artes da cena” – diz Jamila. O desafio a que ela se propôs foi desenvolver um método para criação coletiva usando improvisos, marcações coreográficas, música autoral e as técnicas trazidas por cada artista envolvido no projeto, que tem como base as danças flamenca, indiana, dança Tribal e danças regionais brasileiras, como dança dos orixás e até maracatu. “O objetivo é fortalecer a expressividade dos artistas, ao invés de usarmos  a repetição de movimentos ou a imitação de repertórios já conhecidos” – afirma a pesquisadora que também é psicoterapeuta. “Foi fundamental o meu conhecimento em psicologia analítica para entender a subjetividade de cada artista e observar como a criação em grupo pode potencializar o trabalho individual, ao mesmo tempo que enriquece o resultado em grupo” – explica Jamila.

Dançarina Rose Monteiro, que participou do projeto

A edição em Portugal foi possível por meio do apoio do Polo Cultural das Gaivotas, um espaço da prefeitura de Lisboa que recebe artistas de todo mundo e oferece salas de dança e de teatro para as atividades desenvolvidas por quem participa das residências artísticas. Serão quatro encontros abertos aos artistas que moram na capital de Portugal. “Espero abrir portas para outros artistas de Brasília e do Brasil, já que Lisboa se tornou mesmo um polo de integração entre diferentes culturas, e está repleta de cultura contemporânea” – finaliza Jamila.

Fachada do Polo Cultural Gaivotas

O Polo Cultural Gaivotas/Boavista foi revitalizado em 2015 e se firmou como centro cultural oferecendo salas de formação e salas de ensaio na área da música, teatro, dança e performance, além de salas de escritório para entidades do setor cultural. Tem também residências artísticas, com apartamentos que acolhem profissionais na área da criação contemporânea.

Mais informações nas redes sociais @poloculturalgaivotas