Um tweet do presidente Donald Trump, curto e grosso -que acabou com certas vantagens tarifárias à importação (pelos Estados Unidos) de aço e alumínio produzidos no Brasil -, talvez tenha sido a melhor coisa que poderia acontecer ao governo do presidente Jair Bolsonaro, ele mesmo um tuitero inveterado.
É que, com uma única dedada, Trump desmantelou a ilusão juvenil alimentada pelo Presidente e alguns de seus assessores mais próximos, de que os EUA considerariam o Brasil merecedor de tratamento especial, pelo simples fato de nossa diplomacia ter passado a se alinhar mais enfaticamente a posições do governo norte-americano.
Um pensamento que todo estudante de relações internacionais conhece, é o de que uma nação não tem amigos, mas interesses. O pensamento é tão bom, que uma busca pela Internet lhe atribui autores tão diversos, como Churchill, John Foster Dulles e Talleyrand, entre outros mais simplórios.
Não é razoável se pensar que os interesses do Brasil sejam sempre os mesmos dos EUA. Cabe-nos, portanto, fazer o que sempre soubemos fazer com muita competência: atuar com serenidade na arena internacional, buscando identificar e defender nossos interesses, sem estardalhaço, sem vínculo a ideologias disparatadas e sem a excessiva falação de nossas autoridades, o que tem mais atrapalhado do que ajudado .
Que a dedada de Trump sirva para o aprendizado e para o bem do Brasil.