Em uma mensagem em vídeo para lançar um relatório sobre a COVID-19 na África, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, elogiou a resposta da África à pandemia, mas lembrou que esforços para ampliá-la – incluindo a cooperação internacional e os sistemas de saúde – ainda são necessários.
O continente africano já confirmou cerca de 2.500 mortes por COVID-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Guterres destacou os países africanos responderam rapidamente à pandemia e, até agora, os casos relatados são mais baixos do que se temia. “Mesmo assim, há muito a pesar na balança (…) A vigilância e a preparação são fundamentais”, ressaltou.
O chefe da ONU lembrou que ainda estamos nos “primeiros dias” da pandemia na África, alertando que o cenário pode se tornar instável “rapidamente”.
“A solidariedade global com a África é um imperativo, agora e para se recuperar melhor. Acabar com a pandemia no continente africano é essencial para que esta acabe em todo o mundo.”
Em uma mensagem em vídeo para lançar um relatório sobre a COVID-19 na África, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, elogiou a resposta da África à pandemia, mas lembrou que esforços para ampliá-la – incluindo a cooperação internacional e os sistemas de saúde – ainda são necessários.
O continente africano já confirmou cerca de 2.500 mortes por COVID-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Guterres destacou os países africanos responderam rapidamente à pandemia e, até agora, os casos relatados são mais baixos do que se temia. “Mesmo assim, há muito a pesar na balança (…) A vigilância e a preparação são fundamentais”, ressaltou.
“Nos últimos anos, os africanos fizeram muito para melhorar o bem-estar das pessoas do continente. O crescimento econômico tem sido forte. A revolução digital afirmou-se. Foi acordada uma zona de livre comércio. Mas a pandemia ameaça o progresso africano. Irá agravar desigualdades que há muito existem e agravar a fome, a desnutrição e a vulnerabilidade a doenças”, disse o chefe da ONU.
Na África, a procura por mercadorias, turismo e remessas já está diminuindo. A abertura da zona de comércio foi adiada, enquanto milhões podem ser empurrados para a pobreza extrema.
O relatório da ONU lançado nesta quarta-feira (20) recomenda, segundo Guterres, “o que os países africanos já fizeram junto com a União Africana”. As medidas já executadas incluíram o reforço da coordenação regional, o destacamento de profissionais de saúde e a implementação de quarentenas, confinamentos e encerramentos de fronteiras.
Os líderes africanos também aproveitaram a experiência do HIV/aids e do ebola para “desmascarar rumores”, lembrou o chefe da ONU, e “ultrapassar a desconfiança em relação ao governo, às forças de segurança e aos profissionais de saúde”.
A ONU tem prestado ampla solidariedade com o povo e governos africanos na pandemia. Agências das Nações Unidas, equipes nacionais, operações de manutenção da paz e trabalhadores humanitários estão dando apoio constante no combate à COVID-19 – incluindo os chamados “voos de solidariedade”, que entregaram milhões de kits de teste, respiradores e outros produtos, chegando a quase todo o continente.
O documento publicado nesta quarta-feira destaca uma série de desafios urgentes. A ONU pediu uma ação internacional que fortaleça os sistemas de saúde na África, a manutenção do abastecimento de alimentos, a prevenção de uma crise financeira, apoio a educação, proteção de empregos, manutenção de famílias e empresas em atividade, bem como a proteção do continente das perdas de receitas e de ganhos de exportação.
A ONU também pediu que os países africanos tenham acesso rápido, igualitário e acessível a qualquer vacina e tratamento que possam surgir, e pediu que estes sejam considerados “bens públicos globais”.
António Guterres pediu um pacote de resposta global que represente pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Na África, lembrou, isso significaria mais de 200 bilhões de dólares como apoio adicional da comunidade internacional. Ele acrescentou ao pedido um “plano abrangente para as dívidas” – incluindo a paralisação geral da dívida para países incapazes de pagar, um alívio direcionado da dívida e uma abordagem abrangente para questões estruturais na arquitetura da dívida internacional, para evitar o seu descumprimento.
“Também será essencial que os países africanos mantenham os seus esforços para silenciar as armas e combater o extremismo violento, e parabenizo o apoio africano ao meu pedido de um cessar-fogo global. Os processos políticos e as eleições dos próximos meses podem ser marcos para a estabilidade e a paz”, disse Guterres.
Mulheres, jovens e direitos humanos no centro da resposta
O chefe da ONU lembrou ainda que as mulheres estão no centro da resposta à pandemia. Os pacotes de estímulo, disse, devem dar prioridade para que o dinheiro chegue às mãos das mulheres, aumentando a proteção social.
Outro grupo lembrado por Guterres foi o de jovens, com o secretário-geral destacando que os direitos humanos de todos os cidadãos africanos devem ser respeitados. “Muitas decisões difíceis terão de ser tomadas à medida que a pandemia se desenrola, e será essencial manter a confiança e a participação dos cidadãos ao longo do processo.”
Guterres concluiu lembrando que ainda estamos nos “primeiros dias” da pandemia na África, alertando que o cenário pode se tornar instável “rapidamente”.
“A solidariedade global com a África é um imperativo, agora e para se recuperar melhor. Acabar com a pandemia no continente africano é essencial para que esta acabe em todo o mundo”, disse.
Fonte: ONU Brasil