Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pede aumento da troca comercial com países islâmicos

Isso pode ocorrer também por meio de novos investimentos

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta terça-feira (24), que Brasil e países islâmicos podem ampliar ainda mais a já consolidada relação econômica. Essa ampliação, disse ele no encerramento do 2º Global Halal Brazil Business Forum (GHB), pode ocorrer tanto a partir do aumento da troca comercial como por meio de investimentos.

O GHB foi realizado nas últimas segunda-feira (23) e terça-feira (24) organizado em parceria entre a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a certificadora Fambras Halal. Fávaro participou do encerramento do evento ao lado dos presidentes da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, e da Fambras Halal, Mohamed Zoghbi (na imagem acima com Chohfi e Fávaro).

Ministro Carlos Fávaro. Foto: Guilherme Marciano/ANBA

Fávaro destacou que o Brasil é o maior fornecedor mundial de proteína halal (que segue os preceitos e normas do Islã) e que as exportações de alimentos do Brasil a países islâmicos representa 17% das vendas externas do agronegócio brasileiro, tendo crescido nos últimos anos até chegar a US$ 28,3 bilhões em 2022. Disse, em seu discurso, que os dez principais importadores do agro representam mais de 70% por cento das remessas, mas quatro produtos respondem pela maior parte das vendas: açúcar, grãos, soja e carne de frango. É preciso, disse Fávaro, ampliar a pauta exportadora e a troca comercial, pois os fornecedores do mundo árabe têm produtos fundamentais para a lavoura brasileira.

“É importante a busca por ampliar o comércio bilateral, seja abrindo mercados ou via acordos. Afinal de contas uma boa relação comercial se faz em mão dupla, como diz Lula. Ele não cansa de dizer: ‘Sempre que oferecer produtos brasileiros, veja o que os países amigos também têm a oferecer’. Precisamos estar atentos à dimensão das oportunidades e ampliá-las junto aos países islâmicos”,  disse o ministro, destacando que a parceria se dá não apenas por exportações e importações, mas também por meio de investimentos. “Mundo árabe conta com maiores investidores mundiais e alguns deles são grandes fornecedores de fertilizantes e queremos ampliar essa parceria para garantir o fornecimento desse insumo para nossa produção”, completou.

Encerramento

No discurso de encerramento do GHB, Chohfi relembrou alguns dos principais assuntos discutidos nos dois dias do evento: “Tivemos acesso a estudos e estratégias que comprovam a força do halal em mercados que ultrapassam as fronteiras do mundo árabe e do mundo islâmico”, disse.

Ele também falou sobre a importância da parceria do setor privado com os órgãos governamentais. “A habilitação da produção de alimentos halal surge como uma grande oportunidade para a maioria dos produtores brasileiros. Temos também potencial de crescimento em outras áreas além dos alimentos, como o turismo”, afirmou.

Zoghbi, por sua vez, parabenizou as empresas brasileiras pelo empenho. “Durante todo o tempo que tenho trabalhado, tenho observado o desenvolvimento desse setor e isso me deixa muito orgulhoso de ser brasileiro. As empresas brasileiras se dedicam cada vez mais para chegar na excelência de produtos saudáveis”, disse.

Al Khalayleh: halal exerce influência no dia a dia das pessoas

Por meio de um vídeo apresentado no evento, o ministro de Awqaf de Assuntos Islâmicos e Lugares Sagrados do Reino Hachemita da Jordânia, o mufti Mohammad Al Khalayleh, disse que o halal influencia a vida humana tanto nessa Terra, onde impacta a saúde, a consciência e a vida do ser humano, quanto em outra vida, aquela que vivemos ao lado de Deus”. Já o presidente do Conselho de Estudos Religiosos da República do Tartaristão, mufti Kamil Samigullin, lembrou que em 2018 o governo do Tartaristão criou um plano para o desenvolvimento do modo de vida halal, com financiamento dos setores turístico, de saúde, mídia e agrícola.

 

Kamil Samigullin: programa para desenvolver modo de vida halal

O GHB foi realizado com apoio da International Halal Academy, Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, União das Câmaras Árabes e Liga Árabe, e parceria do Governo Federal, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Ministério das Relações Exteriores e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Os patrocinadores são BRF, Marfrig, Minerva Foods, Laila Travel, Turkish Airlines, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Travel Plus, H2R Insights & Trends, World Logistic Passport (WLP), Banco ABC Brasil, Seara, Pão & Arte, Cristal Plus e Pamunã Alimentos.

As informações são da Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA)

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