Mais de 2.500 pesquisadores e pesquisadoras brasileiros radicados em 56 países demonstraram interesse em regressar ao Brasil ou atuar em cooperação científica com instituições e empresas nacionais, de acordo com os dados da demanda bruta submetida às duas chamadas do programa Conhecimento Brasil: uma voltada à atração e fixação de pesquisadores brasileiros em atuação no exterior, e outra dirigida à formação de redes de cooperação científica envolvendo brasileiros vinculados a instituições de pesquisa estrangeiras.
Ao todo, 1.593 propostas foram submetidas à chamada de repatriação de pesquisadores, enquanto outras 979 concorrem ao edital de formação de redes de cooperação com instituições situadas no Brasil – totalizando 2.572 submissões às duas linhas. Somada, a demanda bruta apresentada se aproxima de R$ 2 bilhões – quase o dobro, portanto, do valor que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) reservou ao programa, para ser investido ao longo de cinco anos.
“Os dados permitem afirmar que o Conhecimento Brasil é uma ação acertada e que, felizmente, foi bem compreendida e aceita pela comunidade científica. Estamos satisfeitos por poder proporcionar oportunidades de retorno e de cooperação a nossos pesquisadores no exterior”, afirma o presidente do CNPq, Ricardo Galvão.
“São números acima das nossas expectativas e que confirmam a existência de uma diáspora científica brasileira que precisa ser integrada ao esforço de ciência, tecnologia e inovação do país. Até dezembro, essas demandas estarão avaliadas e prontas para contratação”, afirma o diretor científico do CNPq, Olival Freire Jr.
Do total de propostas submetidas à chamada de redes, 304 pretendem estabelecer cooperação com instituições dos Estados Unidos. Em seguida aparecem Portugal (127), Inglaterra (99) e Espanha (91). Diversos outros países europeus também figuram na lista, assim como China, Austrália e países africanos, como Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
As áreas com maior número de propostas foram ciências da saúde (196 propostas), ciências biológicas (183), ciências exatas e da terra (181) e engenharias (163). Os destinos de maior interesse, por região, estão no Sudeste (44%), Nordeste (22%), Sul (21%), Centro-Oeste (8%) e Norte (5%).
A maior parte dos projetos submetidos à chamada de repatriação corresponde às áreas de ciências biológicas (mais de 400 propostas), ciências exatas e da terra (cerca de 300 propostas) e engenharias (pouco mais de 200 propostas). Cerca de 71% do orçamento solicitado corresponde a bolsas, 20% a custeio, e 9% a recursos de capital (destinados a construir e equipar salas e laboratórios).
Os dados indicam ainda que 91% dos proponentes são ligados a instituições de ciência, tecnologia e inovação (como universidades e institutos de pesquisa), enquanto 9% são ligados a empresas.
Executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa Conhecimento Brasil é uma das 10 ações prioritárias definidas em 2023 pelo conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e fazem parte da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) para o período de 2023 a 2030 – instrumentos que contaram com ampla participação da comunidade científica e que marcam a retomada do investimento em ciência, tecnologia e inovação no país.
Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico