A disputa ameaça atrasar o plano europeu
De acordo com reportagem publicada pelo Financial Times, a divergência entre os dois países pode dificultar a implementação do pacote de financiamento, que conta com amplo apoio político, mas ainda precisa de detalhes técnicos antes de ser aprovado pelos Estados-membros. Segundo o FT, diplomatas europeus temem que o impasse entre Paris e Berlim gere os mesmos entraves que atrasaram a aprovação do Programa Europeu da Indústria de Defesa, um fundo de €1,5 bilhão criado para apoiar o setor militar.
A Comissão Europeia tem dez dias para apresentar um texto final sobre o plano e já enfrenta intensa pressão para costurar um consenso entre as capitais europeias. “Há muito trabalho a ser feito. Esse projeto não existia há uma semana e agora precisa estar pronto em menos de duas”, disse um funcionário da UE ao FT. O temor é que, sem um alinhamento claro, a iniciativa seja bloqueada antes mesmo de chegar à votação oficial.
Impacto na guerra da Ucrânia
Além de reforçar a indústria militar da UE, o pacote de €150 bilhões tem como objetivo garantir suprimentos imediatos de equipamentos militares para a Ucrânia, que segue em guerra contra a Rússia. Segundo Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, os fundos serão direcionados para sete áreas-chave, incluindo defesa aérea e antimísseis, artilharia e drones.
A presidência rotativa da UE, atualmente sob comando da Polônia, terá papel central na busca por um acordo rápido. O governo polonês já enfrenta desafios em lidar com as diferentes posições dentro do bloco, e o tamanho do novo pacote adiciona ainda mais complexidade ao debate. Embora a medida possa ser aprovada sem o apoio unânime dos 27 Estados-membros, o aval da França é considerado essencial para evitar futuras disputas políticas.
Um diplomata europeu ouvido pelo FT resumiu o dilema: “Neste momento, precisamos resolver isso pensando na velocidade, não na perfeição. Mas se já foi difícil aprovar €1,5 bilhão sem o aval francês, como conseguiremos fazer o mesmo com €150 bilhões?”. A Comissão Europeia, até o momento, não comentou oficialmente sobre a disputa.
Fonte: InfoMoney