Reunir, em um mesmo espaço, autoridades de diferentes países do mundo, é uma oportunidade única para a discussão de temas de alto nível e importantes questões em comum, que dizem respeito a todos. No caso do G20, esta oportunidade se torna ainda mais especial, já que estão juntas, em um curto período de tempo, autoridades das maiores economias do Planeta.
Aproveitar estes momentos da melhor forma, abordando temas específicos e pautas em comum entre blocos ou países é praxe em encontros internacionais. E durante a primeira reunião do G20 sob a presidência brasileira, não foi diferente. As reuniões bilaterais e multilaterais foram um importante momento para o avanço de assuntos, acordos e cooperações estratégicas durante a primeira semana de trabalhos do G20 em Brasília, entre os dias 11 e 15/12.
Bilaterais e multilaterais da Trilha de Sherpas
Parte do trabalho do sherpa é exatamente conduzir diálogos com os representantes dos demais países-membros em temas-chave para os envolvidos e não apenas para as negociações rumo à Declaração de Líderes do G20, a ser adotada no Rio de Janeiro em 18 e 19 de novembro de 2024. Neste sentido, o sherpa brasileiro, embaixador Mauricio Lyrio, cumpriu ampla agenda com autoridades e liderou uma reunião com países que fazem parte do Sul Global. Estiveram presentes os seguintes países de economias consideradas emergentes (Emerging Market Economies): Argentina, Angola, África do Sul, Arábia Saudita, China, Índia, Indonésia, México, Turquia e Rússia, além da União Africana.
O sherpa brasileiro encontrou-se ainda com seus homólogos da Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão e Portugal. Os representantes estrangeiros afirmaram seu compromisso em trabalhar para alcançar resultados vinculados às prioridades da presidência brasileira, especialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
Bilaterais e multilaterais da Trilha de Finanças
O ministro da Fazenda Fernando Haddad se reuniu com Michael Pyle, sherpa dos Estados Unidos para o G20 e assessor adjunto de Segurança Nacional. Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças, assumiu a liderança das demais reuniões bilaterais sobre o tema, com as delegações de Singapura, do Japão, da Indonésia, da China e da França, além de um encontro com o subsecretário de Assuntos Internacionais do Tesouro Americano, Jay Shambaugh e com representantes do Banco Mundial.
Rosito reforçou que a agenda do Brasil para a presidência do G20 será ambiciosa e que uma das prioridades é a redução das desigualdades, que deve ser abordada desde o início dos encontros, de forma sustentável. O representante do Japão reafirmou, junto ao Brasil, a importância de uma colaboração sólida no processo do G20 para promover a estabilidade financeira e o crescimento econômico sustentável. A conversa com o subsecretário Jay Shambaugh indicou caminhos para o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento, a importância do aumento do financiamento climático e a necessidade de endereçar o problema da dívida dos países de baixa renda.
O que são as reuniões bi e multilaterais?
Reuniões bilaterais são aquelas celebradas entre dois entes, sejam eles representantes de nações, partidos ou empresas. A partir de três entes, as reuniões são consideradas multilaterais. Essas reuniões visam debater tópicos específicos de interesse de ambas as partes, podendo ou não, a depender do nível de formalidade, resultar em posteriores acordos ou tratados de cooperação.