O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, e o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., concordaram nesta segunda-feira em aumentar a cooperação na área de defesa, com seus países elevando os laços para uma parceria estratégica em meio a crescentes desafios de segurança na região.
Os dois líderes discutiram uma série de questões, incluindo as tensões no Mar do Sul da China e na península coreana, durante as conversas no palácio presidencial das Filipinas, onde também assinaram acordos de cooperação com guarda costeira e energia nuclear.
“O presidente Marcos e eu abrimos um novo capítulo de nossa parceria, elevando nosso relacionamento a uma parceria estratégica”, disse Yoon, que está em uma visita de Estado a Manila, a primeira de um líder sul-coreano em mais de uma década.
Em uma coletiva de imprensa conjunta com Marcos, Yoon disse que seu país participará ativamente da última fase do esforço multibilionário das Filipinas para modernizar sua segurança militar, em um momento de tensões crescentes com a China no Mar do Sul da China.
A Coreia do Sul vem tentando aumentar as exportações globais de defesa porque a invasão da Ucrânia pela Rússia abriu as portas para a assinatura de contratos de grande escala na Europa, no Oriente Médio e na Ásia.
O país, que já vendeu caças FA-50, corvetas e fragatas para as Filipinas, pretende se tornar o quarto maior exportador de armas do mundo até 2027.
Na terceira fase de seu plano de modernização, as Forças Armadas das Filipinas pretendem comprar ativos avançados, como caças, submarinos e sistemas de mísseis, para reforçar a defesa territorial e a segurança marítima.
Os dois líderes concordaram em defender uma ordem internacional baseada em regras, incluindo a segurança de navegação no Mar do Sul da China, disse Yoon, acrescentando que concordaram que a comunidade internacional nunca tolerará o programa nuclear da Coreia do Norte ou o que ele chamou de “provocações imprudentes”.
Yoon, eleito em 2022 com a promessa de impulsionar o setor de energia nuclear da Coreia do Sul, com a meta de exportar mais 10 usinas nucleares até 2030, anunciou a assinatura de um memorando de acordo (MOU) para um estudo de viabilidade sobre a Usina Nuclear de Bataan (BNPP), há muito tempo adormecida nas Filipinas.
A BNPP, aprovada pelo falecido homem forte e pai homônimo de Marcos, não produziu nenhuma eletricidade desde que foi concluída em 1984, apesar de seu custo de 2,3 bilhões de dólares e sua promessa de segurança energética durante a crise do petróleo dos anos 1970.
As Filipinas querem aproveitar a energia nuclear como uma fonte de energia de base alternativa e viável, tentando aposentar as usinas de carvão para ajudar a cumprir as metas climáticas e aumentar a segurança energética.
Depois de Manila, Yoon visitará Cingapura na terça e quarta-feira antes de ir para o Laos no dia seguinte, onde participará da cúpula regional dos líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático e de vários outros países asiáticos.
(Reportagem de Karen Lema em Manila e Hyonhee Shin e Jack Kim em Seul)