Entrevista com o Embaixador da Bélgica Patrick Herman – Conflito Rússia e Ucrânia – Cessar fogo – Bruxelas

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Como a Bélgica e Bruxelas estão ajudando para uma solução pacífica do conflito?

A Bélgica visa um cessar-fogo e a retirada das tropas russas da Ucrânia e está aumentando os contatos internacionais para exercer pressão máxima sobre a Rússia e seus aliados. Como nosso Primeiro-ministro apontou desde o início da crise, o ataque não era necessário e nem foi provocado e marca o momento mais sombrio para a Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A UE reagiu fortemente com o maior pacote de sanções da sua história. Sanções proporcionais à agressão são, portanto, a melhor maneira de ajudar a paz na região. Vários outros países europeus foram ou se sentiram ameaçados e, portanto, invocaram o tratado da OTAN. Neste contexto, tomamos, assim, as medidas necessárias para intensificar a dissuasão e defesa, com ações sempre preventivas, proporcionais e não gerem escalada.

A assistência à Ucrânia é também crucial para o retorno da paz na região. A Bélgica, de fato, fornece combustível em quantidade para abastecer as tropas de Kiev, também fornecerá 2.000 metralhadoras ao exército ucraniano e enviará 300 soldados na Romênia como parte da Força de Resposta da OTAN, os primeiros deles chegaram sexta-feira na Romênia.

Em questões humanitárias, a Bélgica apoia a criação de corredores humanitários e envia material para a Ucrânia através do seu mecanismo de ajuda de emergência B-FAST. São equipamentos adaptados ao frio, como barracas, cobertores e kits sanitários. Também pede a Rússia que interrompa os ataques contra civis e está preocupado com os milhões de refugiados ucranianos que já fugiram da guerra, visitados na fronteira ontem pela Chanceler belga.

Como você considera a posição atual do Brasil no conflito ?

Aplaudimos o apoio do Brasil à resolução que co-patrocinamos no Conselho de Segurança das Nações Unidas e, em seguida, seu apoio à resolução na Assembleia Geral, que também co-patrocinamos. Aplaudimos seu voto na resolução 49/1 no Conselho de Direitos Humanos. Esperamos que esse apoio se repita em outros fóruns.

Todos os países do mundo sofrem com a agressão russa e suas repercussões, em termos de fornecimento de energia ou matérias-primas, perda de escoamento, aumento dos preços dos alimentos e dos custos de transporte. No entanto, deixar a Rússia invadir seus vizinhos e violar as regras mais básicas do direito internacional e do direito internacional humanitário é o problema, não a solução.

Como estão as negociações diplomáticas entre Europa e Rússia?

Um cessar-fogo e a retirada das tropas russas são essenciais para o retorno da paz e da legalidade na região e a Bélgica apoia plenamente os esforços da União Europeia nesse sentido. O nosso Primeiro-Ministro está trabalhando neste sentido no Conselho Europeu e a nossa Vice-Primeira-Ministra e Ministra dos Negócios Estrangeiros, Sophie Wilmès, está fazendo o mesmo no Conselho de Ministros da UE.

Mas não é apenas a União Europeia que pode contribuir para o retorno da paz e da estabilidade na Europa, e nós trabalhamos também para isso no quadro da ONU, é claro, mas também da OTAN, do Conselho Europeu, da OSCE, cujos 45 membros invocaram, com a Ucrânia, um recurso ao Mecanismo de Moscou para lançar uma missão de averiguação de fatos. Com o G7 também, em toda a UE.