Embraer pode abrir novos mercados após Brasil e Vietnã firmarem parceria estratégica em vários setores

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Em uma cerimônia no Palácio Presidencial de Hanói, os governos do Brasil e do Vietnã assinaram um plano de ação para implementar uma Parceria Estratégica entre os dois países, com metas até 2030. O acordo, firmado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Luong Cuong, visa ampliar a cooperação em áreas como comércio, tecnologia, defesa e sustentabilidade, com destaque para possíveis negócios envolvendo a Embraer.

A parceria, que já vinha sendo construída desde novembro de 2023, ganha força com a meta de elevar o volume comercial bilateral para US$ 15 bilhões até 2030. Atualmente, o Vietnã é o quinto maior importador de produtos agropecuários brasileiros, mas o governo brasileiro busca diversificar as exportações, incluindo produtos de alto valor agregado, como aeronaves.

Durante o discurso, Lula mencionou a Embraer como uma das empresas brasileiras com potencial para expandir negócios no Vietnã. Ele destacou que os jatos da família E-Jets, da fabricante brasileira, podem ser uma solução ideal para a Vietnam Airlines em rotas regionais.

“Espero que a Vietnam Airlines possa avaliar positivamente a oferta da Embraer para os jatos da família E-Jets, ideais para a conectividade regional”, afirmou Lula. A possível negociação pode abrir portas para a indústria aeronáutica brasileira em um dos mercados mais dinâmicos do Sudeste Asiático.

Além do setor aeroespacial, o plano de ação prevê parcerias em tecnologia, semicondutores, inteligência artificial e energias renováveis. Lula ressaltou a importância da colaboração em ciência e inovação para ambos os países emergentes.

“Nenhuma colaboração é tão estratégica para o futuro de dois países emergentes quanto a cooperação em educação e em ciência e tecnologia”, disse o presidente brasileiro.

O Vietnã já é um importante comprador de soja, carne suína e algodão brasileiros, e o governo negocia a abertura do mercado vietnamita para a carne bovina do Brasil. Lula sugeriu que frigoríficos brasileiros possam investir no Vietnã, transformando o país em uma plataforma de exportação para o Sudeste Asiático.

Outro ponto destacado foi a cooperação na cafeicultura, já que Brasil e Vietnã são os dois maiores produtores mundiais. Lula propôs intercâmbio técnico para enfrentar os desafios climáticos que afetam as safras.

A comitiva brasileira segue no Vietnã até sábado (29), com participação no rum Empresarial Brasil-Vietnã, onde devem ser discutidos novos investimentos e parcerias comerciais. O país asiático é a segunda escala da viagem de Lula pela Ásia, que incluiu também uma visita ao Japão.

Com a assinatura deste plano, Brasil e Vietnã reforçam seus laços em um momento de reconfiguração geopolítica global, buscando maior autonomia e diversificação de parcerias.

Fonte: Aeroin