Embaixada da Alemanha no Brasil repudia a fala do Secretário de Cultura Roberto Alvim

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A Embaixada da Alemanha no Brasil repudiou o pronunciamento gravado em vídeo do Secretário da Cultura, Roberto Alvim, que copiou trechos de um discurso do líder nazista Joseph Goebbels ao apresentar um novo programa de incentivo à arte.Os internautas ficaram furiosos e o vídeo chegou rapidamente em todas as esferas do poder público.

“O período do nacional-liberalismo é o capítulo mais sombrio na história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. Alemanha mantém sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-liberalismo”, escreveu a Embaixada no twitter.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também repudiou a atitude de Alvim e cobrou o afastamento dele do cargo. Em um comunicado, a Confederação diz que o uso do discurso nazista é inaceitável.Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, Dias Tófoli, Gilmar Mendes e movimentos cívicos e políticos pediram publicamente pela saída de Alvim. A OAB( Ordem dos Advogados do Brasil )também soltou uma nota Pública:

“A Diretoria do Conselho Federal da OAB vem manifestar total repúdio e indignação com a fala do secretário da Cultura, Roberto Alvim, que publicou manifestação reproduzindo com absoluta – e pensada – similaridade o discurso nazista de Joseph Goebbels.

O Nazismo – que resultou no Holocausto, com o assassinato de milhões de judeus – foi uma das piores passagens da história da humanidade e jamais pode ser utilizado como forma de pensamento, referência ou argumento de qualquer governante em nosso país, o que inclusive constitui crime previsto na Lei 7.716/1989.

A fala reproduzida pelo secretário de Cultura evoca referências claras a uma pessoa que promoveu o genocídio, a divisão racial e tantos outros crimes. Diante do ocorrido, a manutenção do referido secretário em cargo de tamanha importância é absolutamente inaceitável.

A cultura brasileira, uma das mais ricas e plurais do planeta, que tem suas diretrizes insculpidas no Art. 215 da Constituição Federal, não pode conviver com quem tem pensamento vinculado ao passado sombrio da história da humanidade, razão pela qual se mostra inadmissível e insustentável a permanência do referido secretário no cargo de tamanho relevo para a nossa sociedade.

A Ordem dos Advogados do Brasil, legítima defensora da democracia, das liberdades e da sociedade, entende como necessária a adoção de todas medidas para a retratação pública do mencionado secretário e a sua substituição imediata por quem efetivamente demonstre consciência do papel da cultura e da democracia em nossa sociedade, sem flertar com falas ou pensamentos que são combatidos por todas as pessoas independente de raça, credo, cor ou ideologia.”

Alvim se defendeu e culpou uma “coincidência infeliz”. O vídeo, no entanto, também trazia como música de fundo um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma das obras preferidas de Hitler.