Dubai investe pesado para ser o lugar mais visitado do mundo

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Dubai já possui muitos atrativos para os turistas, com hotéis luxuosíssimos e diversas opções de lazer, mas hoje investe pesado para no futuro ser o lugar mais visitado do mundo. Os investimentos vão em diversas direções: tanto na construção de hotéis de luxo, como de Airbnb. Além de resorts e parques de entretenimento. Sem falar naquele que, após sua conclusão e 10 anos, se tornará o maior Aeroporto de todo o mundo.

Breve Contexto de Dubai

Dubai, localizada na costa sudeste do Golfo Pérsico, faz parte dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e tem uma história que remonta a mais de 4.000 anos. Inicialmente, a região era habitada por comunidades de pescadores e comerciantes que viviam da pesca de pérolas, comércio marítimo e da criação de tâmaras. A localização estratégica de Dubai, próxima às rotas comerciais entre a Índia e a África, fez dela um importante centro comercial desde o século XVIII, quando a tribo Bani Yas, liderada pela família Al Maktoum, estabeleceu o controle sobre o território em 1833.

No início do século XX, Dubai prosperou com a indústria de pérolas, mas a Grande Depressão e o surgimento das pérolas artificiais afetaram severamente a economia local. A descoberta de petróleo em 1966 trouxe uma transformação radical para o emirado. Sob o comando de Sheikh Rashid bin Saeed Al Maktoum, Dubai usou os lucros do petróleo para investir em infraestrutura, modernização e diversificação econômica. Em 1971, Dubai se juntou a outros seis emirados para formar os Emirados Árabes Unidos.

Com a diminuição das reservas de petróleo, Dubai adotou uma estratégia de diversificação econômica, concentrando-se em comércio, turismo e finanças. Projetos ambiciosos, como o Burj Al Arab (1999), as Ilhas Palm e o Burj Khalifa (2010), transformaram Dubai em um ícone global de inovação e luxo. A criação de zonas de livre comércio e políticas de incentivo ao investimento estrangeiro consolidaram Dubai como um centro financeiro e comercial internacional.

Investimentos

O governo está investindo nada menos do que US$ 35 bilhões no novo terminal de passageiros em seu Aeroporto Internacional Al Maktoum (DWC). Com seu design futurista, projetado pelo escritório Leslie Jones Architecture, o Aeroporto substituirá o Aeroporto Internacional de Dubai (DXB), que hoje é o segundo maior hub internacional do mundo, ficando atrás apenas do Aeroporto Hartsfield-Jackson em Atlanta, Geórgia.

Mas a ambição dos Emirados Árabes Unidos não para por ai. Quando inaugurado (a previsão é para daqui a 10 anos), o DWC será o maior e mais caro aeroporto do mundo.

Setor de Entretenimento

A MGM Resorts está construindo seu próprio “Dubai Sphere”. Será uma versão menor da existente em Las Vegas, com um orçamento previsto US$ 2 bilhões. Sua data de inauguração ainda não foi anunciada, mas o contrato para a construção de três novos resorts já foi concedido.

Setor Hoteleiro

Já a aposta das redes hoteleiras fica no setor de luxo. Dois exemplos são:

O Delano Dubai

O hotel, da rede Accor, possui 251 quartos e suítes com vistas icônicas do Golfo Árabe e perto da praia Jumeriah. No final de semana entre 4 e 6 de abril/25, para duas pessoas que se hospedem no Quarto King Rising Light com vista para o resort, com meia pensão, cancelamento sem custo e sem pré-pagamento, será necessário desembolar o valor de R$ 13.065,78.

Burj Al Arab

Com o título de Hotel 7 estrelas, ele foi projetado com o intuito de se parecer com um veleiro árabe. É o sétimo mais alto do mundo. Sua entrada tem 180 metros de altura e possui o maior teto de cristal Swarovski do mundo! A decoração de seu interior foi feita utilizando nada menos do que cerca de 1800 metros quadrados de folhas de ouro 24 quilates! É puro luxo. Se você optar pela Deluxe Marina Suite, para 2 pessoas nas datas acima, desembolsará o valor de R$ 12.037,00 além das taxas, com café da manhã incluído.

Visite Dubai

O CEO da Dubai Corporation for Tourism and Commerce Marketing, Issam Kazim, em uma recente divulgação na mídia de Nova Iorque informou que está sendo lançada uma nova campanha para convencer os viajantes dos EUA a visitarem Dubai.

“Atualmente, estamos na terceira ou quarta posição entre as cidades mais visitadas internacionalmente. Em 2014, estávamos na sétima posição — então elaboramos uma estratégia completa. [Dubai recebeu 9,31 milhões de visitantes internacionais com pernoite de janeiro a junho de 2024, um aumento de 9% em relação aos 8,55 milhões de turistas do primeiro semestre de 2023, segundo o Departamento de Economia e Turismo].

Realizamos pesquisas em cidades que considerávamos relevantes. Há de seis a sete mercados tradicionais fortes. Quais novos mercados em potencial podemos abrir? Como podemos atender às necessidades deles? Percebemos rapidamente que os visitantes de Dubai esperavam ótimas praias e hotéis; muitos não associavam a cidade com cultura ou patrimônio.”

Dubai pensa e age como uma empresa. Costumamos nos chamar de Dubai Inc., pois o setor privado e o público trabalham juntos. Se for necessário mudar alguma regra para favorecer os negócios, essas mudanças são feitas. É essa dinâmica; é essa agilidade.

Vou dar um exemplo: temos muitos hotéis de 3 a 4 estrelas, mas talvez não o suficiente para abrir mais mercados. No segmento de luxo, estamos bem atendidos. Mas também precisamos de mais luxo acessível. Assim, criamos um incentivo: qualquer investidor que desenvolva novos hotéis de 3 a 4 estrelas terá isenção das taxas municipais de 10% por cinco anos. Dessa forma, os desenvolvedores optaram por hotéis de 3 a 4 estrelas em vez de 5 estrelas, devido ao retorno mais rápido sobre o investimento (ROI).

Quando lançamos nossa estratégia em 2014, tínhamos 67 mil quartos de hotel. Hoje temos mais de 150 mil. Ou seja, mais que o dobro em cerca de oito anos. Em média, os hotéis estão com uma taxa de ocupação de cerca de 80%. [Em comparação ao final de 2019, os hotéis de todas as categorias aumentaram 11,3%, com um crescimento de 20,1% na oferta de quartos — totalizando atualmente mais de 820 estabelecimentos e 150 mil quartos, segundo o Departamento de Economia e Turismo.”

Ao mesmo tempo em que Dubai se abre a tanto luxo, mantem-se igualmente aberta às tendência mundiais, como o Airbnb, por exemplo. Afinal o que importa não é exatamente o Airbnb, mas sim, os clientes do Airbnb!

Próximos Passos

Quando questionado sobre quais são os próximos passos para o futuro, o CEO respondeu

“No início, tínhamos cerca de 160 projetos, mas simplificamos em quatro metas principais: queremos ser uma das cidades mais visitadas do mundo, aumentar o número de visitantes a cada ano, prolongar o tempo de estadia e aumentar o gasto na cidade; queremos que os visitantes explorem tudo o que Dubai tem a oferecer e aumentem a frequência de retorno.

Hoje, atingimos essas metas. Agora, 25% dos visitantes voltam a Dubai dentro de 12 meses. Em um raio de oito horas, dois terços da população mundial estão próximos. Facilitamos a obtenção de visto e aumentamos o acesso a Dubai ao abrir mais rotas com nossos parceiros. Seis meses após o lançamento, adicionamos 16 países ao programa de “Visto na chegada.” Essa é nossa velocidade. Agora, com a Emirates, há várias portas de entrada e saída dos EUA. Criaram uma parceria com a United Airlines. [Atualmente, a United Airlines é a única companhia aérea dos EUA a oferecer voo direto para Dubai.”

Outro ponto importante está relacionado à cultura de Dubai e a como a mulher é vista. E hoje Dubai está trabalhando para mudar a percepção sobre as mulheres. As mulheres não precisam necessariamente andar cobertas, mesmo porque há pessoas de todos os perfis.

“Todos, desde que respeitem o próximo, podem viver em Dubai da maneira que preferirem”, afirma o CEO.

“Que as pessoas conheçam Dubai como se estivessem vivendo e respirando o lugar. Se for possível proporcionar esse entendimento antes mesmo de escolherem um destino, seria o ideal. Quando as pessoas chegam com a mente aberta, não só acabam voltando, mas também começam a se perguntar: como posso viver aqui? A ideia é que compreendam o que é Dubai, que o explorem de forma autêntica e que se sintam parte do lugar.”, afirma Issam Kazim.

Fonte: PontosPraVoar