Desde o começo deste ano, passageiros da Turkish Airlines começaram a notar a ausência de produtos da Coca-Cola nas classes de voo e nos lounges da companhia em Istambul, levantando questões sobre os motivos por trás dessa decisão. No entanto, essa mudança não é apenas uma questão de gosto, mas sim uma declaração política significativa.
Como informa o View from the Wing, a retirada dos refrigerantes das lounges da Turkish Airlines, uma decisão que ocorreu em novembro de 2023, foi impulsionada por um ambiente político tenso.
Tudo começou após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro, que resultou em uma escalada de conflitos na região. Em resposta ao suposto apoio das empresas Coca-Cola e Nestlé a Israel durante esse período, o parlamento turco começou a remover esses produtos de seus restaurantes oficiais.
Essa medida refletiu um descontentamento generalizado em relação às multinacionais que, de acordo com o governo turco, apoiavam Israel em meio à crise, relatou a Agência de Alimentação Europeia (EFA)
Assim, a Turkish Airlines não apenas seguiu essa tendência, eliminando os produtos da Coca-Cola de suas operações, incluindo marcas como Fanta, mas também se juntou a uma lista crescente de empresas ocidentais que têm enfrentado boicotes e críticas na Turquia. Outras marcas como Pepsi, McDonald’s e Starbucks também foram alvo de protestos e ações similares no país.
É importante ressaltar que, apesar de essa decisão ter impactado as operações da Turkish Airlines em Istambul, relatos indicam que os produtos da Coca-Cola ainda estão disponíveis em algumas de suas operações internacionais, como nos lounges de Washington-Dulles e, aparentemente, em voos específicos. Isso indica que a decisão pode ser mais simbólica do que uma diretriz global ou uniforme.
Além disso, a companhia, que é uma das maiores do país e possui mais de 49% de propriedade do governo turco, atua frequentemente como um instrumento do Estado. Isso significa que as decisões tomadas pela Turkish Airlines podem estar intimamente ligadas às diretrizes e à política externa da Turquia.
O contexto de tensões entre Israel e Hamas também levou à suspensão de voos diretos entre Turquia e Israel, refletindo um ambiente de relações diplomáticas delicadas. Assim, a proibição de produtos da Coca-Cola pela Turkish Airlines não é apenas uma questão de fornecimento – é um claro reflexo das atuais relações geopolíticas, das tensões regionais e da postura da Turquia diante do apoio ocidental a Israel.
Fonte: Aeroin