Cientistas russos modernizam a vacina Sputnik V contra novas cepas

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O Centro Gamaleya da Rússia desenvolveu um mecanismo de modernização da vacina contra a COVID-19. Está sendo discutida a necessidade de realizar todas as fases de ensaios clínicos com uma vacina incrementada.

O diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, Aleksandr Gintsburg, revelou à Sputnik que os cientistas do centro criaram uma tecnologia, baseada em vetores de adenovírus, para modernização da vacina contra o novo coronavírus.

“É a mesma tecnologia baseada em vetores de adenovírus, onde na sequência de proteína S, com a estrutura inicial alterada, literalmente em um dia é sintetizada uma sequência nova, e no dia seguinte é implantada dentro do vetor já usado. Praticamente, você tem uma construção de engenharia genética que pode ser usada como um medicamento de vacinação”, explicou Gintsburg.

Atualmente, está sendo discutido se é preciso realizar todas as fases de ensaios clínicos da nova vacina, segundo o diretor do Centro Gamaleya. Gintsburg relembrou que, na prática mundial, há exemplos de quando um medicamento é testado em um número limitado de pessoas, em até cem voluntários.

“Se [a vacina] dá o mesmo efeito de proteção adequado, mas contra uma nova cepa, é possível começar sua produção em massa. Espero que atos semelhantes sejam aprovados em nosso país”, disse Gintsburg.

Cepa da África do Sul

Além disso, o diretor do Centro Gamaleya da Rússia revelou que a vacina russa Sputnik V é eficaz contra a cepa sul-africana da COVID-19, e o estudo da questão continua.

“[Proteção] contra a cepa britânica foi estudada, há 100% de proteção. Também há proteção contra a cepa sul-africana, e nós continuamos a estudando”, revelou Gintsburg.

Em agosto de 2020, o Ministério da Saúde da Rússia registrou a primeira vacina contra a COVID-19 do mundo, desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, chamada Sputnik V. O imunizante é baseado na plataforma de adenovírus humano.

Além da Sputnik V, a Rússia registrou a vacina EpiVacCorona, desenvolvida pelo Centro Estatal de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia Vektor, e a vacina CoviVac, do Centro Federal de Pesquisas Chumakov.

Em meados de dezembro de 2020, foi descoberta uma mutação do vírus SARS-CoV-2 no Reino Unido, VUI-202012/01. A mutação britânica da COVID-19 se propaga mais rápido do que o vírus original. Além disso, novas variantes do vírus foram descobertas no Brasil, Índia, África do Sul e em outros países.

Fonte: Sputnik Brasil