China e Brasil reforçam cooperação em inovação na CBIW 2021

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Cerca de 200 representantes dos governos, faculdades, empresas e organizações de pesquisa científica da China e do Brasil participaram das discussões online e offline nos últimos três dias, com foco em tecnologia agrícola e neutralidade de carbono.

Os eventos ocorreram no âmbito da Semana de Inovação China-Brasil 2021 (CBIW 2021), que aconteceu em Beijing, Shanghai, Brasília e São Paulo.

O dia 15 de agosto marca o 47º aniversário dos laços diplomáticos China-Brasil. A China tem sido o maior parceiro comercial e importador do Brasil nos últimos anos. O superavit comercial brasileiro em 2020 aumentou em US$ 2,9 bilhões em relação a 2019, graças ao bom desempenho das exportações de produtos primários, como soja e minério de ferro, para a China, segundo um relatório divulgado em março deste ano pelo Banco Central do Brasil.

A China importou de outros países, incluindo do Brasil, mais de 100 milhões de toneladas de soja em 2020, mais do que qualquer outro produto agrícola.

Gilberto Fonseca Guimarães de Moura, cônsul-geral do Brasil em Shanghai, disse esperar que o volume de soja exportada e de outros produtos agrícolas, incluindo algodão, açúcar e amendoim, possa crescer cada vez mais. Além disso, quer melhorar laços na cooperação tecnológica agrícola.

Teresa Christina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, disse em carta de congratulações à cerimônia de abertura da CBIW 2021 que a sustentabilidade na agricultura é uma questão fundamental, ao buscar conciliar a segurança alimentar e preservação ambiental com o uso de inovações tecnológicas e aumento da produtividade.

Existem mais de 1.500 empresas de tecnologia agrícola no Brasil, especializadas em big data agrícola, dedução de carbono e outras áreas.

Esta semana de inovação é para abrir mais portas para muitas delas em pesquisa e desenvolvimento na agricultura, disse Gilberto Fonseca Guimarães de Moura.

Wang Jinzhan, secretário-executivo do Secretariado da Associação de Ciência e Tecnologia da China, ressaltou que o governo chinês coloca a inovação científica e tecnológica no centro da situação geral de desenvolvimento nacional, e que o Brasil também atribui importância à transformação das conquistas científicas e tecnológicas em verdadeiras forças produtivas. Os dois países são altamente complementares em inovação científica e tecnológica e têm grande potencial de cooperação, acrescentou.

Os dois países decidiram continuar trabalhando juntos no campo da tecnologia, investindo em inovação e cooperando em telecomunicações, e-commerce, economia digital, inteligência artificial e biotecnologia em 2019, o 45º aniversário do estabelecimento das relações bilaterais China-Brasil.

Lu Tiegang, vice-diretor do Instituto de Pesquisa em Biotecnologia da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, que participou de um dos seminários em 2019, disse que cientistas do Brasil visitaram universidades e instituições chinesas para encontrar muitos parceiros de colaboração nos últimos anos e os dois países planejaram criar um centro conjunto de biotecnologia.

As empresas agrícolas brasileiras também estão buscando oportunidades na CBIW para entrar no mercado chinês. A ECOtrace é uma delas. A empresa se concentra na digitalização da rastreabilidade através da tecnologia blockchain, que ajuda agricultores e consumidores a obter dados transparentes instantaneamente.

Vários consumidores chineses já estão usando a plataforma da empresa para identificar a origem dos produtos que compram, disse Maria Paula, chefe de inovação da ECOtrace.

Na CBIW 2021, foi inaugurado o Centro de Inovação do Brasil, localizado no distrito de Yangpu, em Shanghai.

Cerca de 10 empresas do Brasil estão buscando oportunidades de cooperação de mercado através do centro.

A neutralidade de carbono é o outro tópico na CBIW 2021.

O mercado nacional de carbono da China começou a operar em julho, um passo significativo para ajudar o país a reduzir seu rastro de carbono e cumprir as metas de emissão.

Mei Dewen, gerente-geral da China Beijing Green Exchange, disse na CBIW 2021 que o mercado nacional de carbono da China pode proporcionar experiência para o Brasil em termos de neutralidade de carbono.

A gigante de mineração Vale pretende reduzir as emissões nos escopos 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, disse Stephen Potter, diretor de Metallics da Vale S.A.

A Three Gorges Brazil lançou recentemente o Relatório de Sustentabilidade 2020, que mostra que, em 2019, a empresa alcançou 100% de neutralidade de carbono, assinalou Zhou Qiang, diretor do Departamento Estratégico da China Three Gorges International.

Gilberto Fonseca Guimarães de Moura, cônsul-geral do Brasil em Shanghai, discursa em 16 de agosto na Semana de Inovação China-Brasil 2021 (CBIW 2021), realizada de 16 a 18 de agosto em Beijing, Shanghai, Brasília e São Paulo por meio de eventos online e offline. (Chen Jie/Xinhua).
Participantes da Semana de Inovação China-Brasil 2021 (CBIW 2021) em Shanghai, que acontece de 16 a 18 de agosto em Beijing, Shanghai, Brasília e São Paulo por meio de eventos online e offline. (Chen Jie/Xinhua).

Fonte: Xinhua