Executivos da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, de empresas do País e a Embaixada do Brasil no Kuwait se reuniram com autoridades e potenciais clientes.
A troca comercial entre o Brasil e o Kuwait ainda é baseada em envio de alimentos e commodities pelo Brasil e de petróleo pelo Kuwait, mas a visita de uma delegação brasileira ao país árabe entre 2 e 4 de fevereiro teve como intenção mudar essa realidade. Foram realizados encontros com autoridades e empresários locais em uma agenda que teve o apoio da Embaixada do Brasil no Kuwait.
À ANBA, o embaixador Rodrigo Gabsch afirmou que essa missão ao Kuwait fora proposta pelo vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Mohamad Mourad, em outubro do ano passado e que “cumpriu seu propósito” de promover os produtos brasileiros no Kuwait e divulgar setores estratégicos da economia brasileira que podem atrair investimentos kuwaitianos, como: logística, infraestrutura, energia renovável, sustentabilidade, aviação e alimentos.
“É imprescindível notar que a política comercial kuwaitiana é orientada por uma estratégia de longo prazo, sendo essa uma de suas características elementares”, afirmou Gabsch. Participaram da missão, Mourad, o diretor do escritório da Câmara Árabe em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Rafael Solimeo, representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), da Empresa Brasileira de Tecnologia Agropecuária (Embrapa), da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP) e da Embraer.
Encontros com autoridades no Kuwait
“Entendo que o objetivo de promover os setores prioritários da economia brasileira junto aos nossos parceiros do emirado foi alcançado, por meio da intensa agenda de visitas a instituições locais e a empresas públicas e privadas kuwaitianas. Destaco, por exemplo, as visitas que fizemos aos ministérios do Comércio, Defesa e Negócios Estrangeiros, além da Autoridade Pública dos Assuntos Agrícolas e dos Recursos Pesqueiros. Encontros com representantes de empresas do Kuwait também foram muito importantes”, afirmou o embaixador.
Como parte da agenda, a delegação brasileira se reuniu com a Autoridade Pública para Agricultura e Psicultura (PAAF, na sigla em inglês), com a Câmara de Comércio e Indústria do Kuwait (KCCI), com o Departamento de Assuntos Econômicos, com o Ministério do Comércio e Indústria e o Fundo Nacional para Pequenas e Médias Empresas. Pela embaixada, acompanharam a agenda o embaixador, o ministro Felix Baes de Faria, o conselheiro Flávio Dontal e o assistente Merhie Youssef.
Para Mourad, os encontros da delegação brasileira no Kuwait foram positivos. “Fizemos estreitamento entre as duas câmaras [a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a KCCI], o que vai permitir organizar uma agenda de atividades para o segundo semestre no Kuwait e no Brasil”, disse, já prevendo a realização de missões comerciais entre empresas dos dois países.
“Eles têm interesse em ampliar a pauta [comercial]. Não buscam só carne de frango, um segmento em que somos líderes no Kuwait, mas outros produtos, como açúcar e gado vivo”, disse. A comitiva brasileira também esteve no Ministério das Relações Exteriores do Kuwait, com o objetivo de estreitar o relacionamento bilateral. Outro assunto tratado nos encontros foi promover o engajamento de pequenas e médias empresas no comércio entre os dois países.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pelo departamento de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, em 2024 o Brasil exportou US$ 400,4 milhões ao Kuwait, um aumento de 49,4% nas vendas sobre 2023, e importou US$ 580,3 milhões do Kuwait, em expansão de 44,9% na mesma comparação. A corrente de comércio (soma de exportações e importações) atingiu US$ 980, 8 milhões, em alta de 46,7%. O saldo foi deficitário para o Brasil em US$ 179,8 milhões.
Os principais produtos exportados pelo Brasil foram carne de aves, tubos de aço, milho e carne bovina. Os principais produtos importados foram petróleo e enxofre.
Fonte: Anba