Comemorar ocasiões nacionais – e especificamente o Dia da Independência – sempre requer revisitar a história. Esse encontro com o passado nos ajuda a lançar luz sobre os eventos e as circunstâncias que tornaram possível trazer para o presente o tecido diverso dos países atuais, moldando o cenário internacional no qual vivemos hoje.
O Brasil contemporâneo celebra amanhã não apenas sua identidade única entre as nações, mas também sua capacidade de enfrentar seus desafios com seu poder brando, de maneira aberta e sincera, revigorada por uma população consciente de seus direitos e dos valores da democracia e da liberdade.
Após a guerra pela independência, o novo Estado começou imediatamente a reformular e construir instituições nacionais, enfrentando a imensa tarefa de preencher a lacuna entre múltiplos desafios geopolíticos e sociopolíticos, uma realidade inescapável, resultado de um território de mais de 8,5 milhões de km² e de uma população diversa e multicultural.
Nesse contexto, Jorge Amado insistiu no imperativo de criar uma verdadeira literatura nacional brasileira. O ambiente rigoroso, verdejante e desafiador foi profundamente sentido por cada brasileiro/brasileira, que absorveu o vasto patrimônio da floresta tropical, das cachoeiras e do imenso Rio Amazonas, com uma existência independente tanto da República quanto de seus componentes humanos e culturais.
Hoje, ao celebrarmos o Dia da Independência com os amigos brasileiros, devemos recordar o compromisso com a paz que tanto o governo quanto a população brasileira demonstraram ao longo de sua história, e como nós – no mundo árabe – enxergamos o papel da República Federativa do Brasil no cenário internacional.
Não apenas respeitamos profundamente esse compromisso histórico com a paz e a coexistência, mas também acreditamos que esses valores podem ser uma fonte de inspiração no campo das relações internacionais. O Brasil tem reafirmado de forma consistente que seu engajamento com o estado de direito, o respeito pela tolerância e o diálogo são os únicos caminhos viáveis para alcançar paz, estabilidade e prosperidade.
De fato, a história moderna e pacífica do Brasil pode contribuir significativamente para uma nova abordagem a desafios políticos complexos, como vemos no Oriente Médio.
A política externa do Brasil é toda ela uma manifestação inequívoca do recurso ao diálogo, ao direito internacional e de respeito à legitimidade da ONU para a solução de conflitos. No campo político interno, de defesa da democracia, impulsionada por uma economia em constante crescimento, bem estruturada, guiada por um senso de justiça social e de combate à desigualdade. Todos esses esforços, em um país relativamente novo, acontecem enquanto ainda testemunhamos, em outras regiões do mundo, uma maneira antiquada de lidar com disputas, onde alguns estados ainda recorrem a padrões duplos de normas éticas, intolerância, ideologias de ódio e a opção fracassada de meramente gerenciar conflitos em vez de resolvê-los.
Ao recordarmos a independência do Brasil, oramos a Deus, o Todo-Poderoso, para preservar o verdadeiro espírito do povo brasileiro, comprometido em construir um país e uma sociedade baseados na paz, no entendimento mútuo, na alegria de viver e na bondade de sua gente.
Uma saudação especial a cada um dos 213 milhões de cidadãos brasileiros,
“Parabéns para todos os brasileiros e brasileiras…”