O incidente grave com um Boeing 777-300 da LATAM (de registro PT-MUG) em 9 de julho, no qual o avião sofreu um severo tailstrike ao decolar do Aeroporto de Malpensa, em Milão, foi resultado de dados incorretos inseridos pelos pilotos.
A Autoridade Italiana para a Segurança dos Voos (ANSV) divulgou o relatório preliminar em 23 de agosto, em que diz que pilotos aparentemente inseriram informações erradas no computador de bordo, resultando na tentativa de decolagem em uma velocidade inadequada.
Na ocasião, o Boeing, com 398 passageiros e membros da tripulação a bordo, estava a caminho de São Paulo. As câmeras de vigilância do aeroporto registrarem o momento em que a fuselagem traseira da aeronave arrastou-se pela pista por cerca de 720 metros, levantando nuvens de poeira e fumaça, antes que o avião finalmente conseguisse decolar.
Logo após a decolagem, os pilotos interromperam rapidamente a ascensão a cerca de 6.000 pés (1.800 metros) e iniciaram o procedimento de despejo de combustível, realizando um retorno de emergência a Milão devido aos danos extensos na estrutura do avião.
O Boeing 777 ficou retido no solo por vários dias antes que a LATAM conseguisse levá-lo de volta a São Paulo, onde permanece até agora para os reparos necessários. A investigação do incidente, conduzida pela agência de segurança aérea da Itália, revelou que um simples erro por parte dos pilotos teria causado o incidente.
Para calcular a velocidade de decolagem correta, os pilotos devem inserir vários parâmetros no computador de gerenciamento de voo. No entanto, nesse caso específico, acabaram inserindo o “Peso Zero de Combustível” (peso máximo que uma aeronave pode ter quando está carregada, mas sem combustível) em vez do peso real do combustível que foi abastecido, fazendo com que o computador calculasse uma velocidade de decolagem muito inferior à necessária.
O que surpreende nesse incidente é que, no momento do ocorrido, havia três pilotos na cabine, incluindo um Comandante instrutor que estava treinando um dos outros membros da tripulação. Outro dado alarmante é que os pilotos acreditaram que a velocidade de rotação era de 149 nós, muito abaixo do normalmente requerido para um Boeing 777 totalmente carregado.
A investigação agora continua rumo ao relatório final do caso, que deve ser publicado dentro de alguns meses.
Fonte: Aeroin