As 10 línguas mais antigas do mundo que continuam sendo usadas

0
288

Existem línguas muito antigas, com milhares de anos, que são estudadas e usadas até hoje. Elas refletem as culturas e histórias que as moldaram. Em meio aos cerca de 7.000 idiomas existentes no mundo, alguns se destacam por sua resiliência ao longo do tempo. 

Algumas dessas línguas são faladas em determinados países, outras são utilizadas em cerimônias, literatura e ciência. Desde o antigo Tamil e do Sânscrito até a precisão sacramental do Copta e do Ge’ez, cada uma dessas línguas continua deixando marcas na  herança coletiva da humanidade.

Sânscrito

Estima-se que o sânscrito tenha 4.000 anos. É o idioma sagrado e filosófico da antiga Índia, usado para registrar a sabedoria espiritual no Hinduísmo e as narrativas épicas clássicas.

A língua não é mais utilizada pelos indianos, mas faz parte da cultura da Índia. Também  influenciou muitos idiomas contemporâneos. Ele pode ser ouvido na música clássica indiana e outras expressões artísticas. Além disso, o sânscrito ainda é amplamente estudado em várias instituições acadêmicas na Índia, com o objetivo de preservar sua importância.

Hebraico 

O hebraico é conhecida mundialmente por ser a língua dos textos sagrados do Judaísmo como a Torah e o Talmud, que para os cristãos é o Antigo Testamento. Essa forma antiga do idioma é estudo no mundo todo em cursos de teologia.

Considerada extinta, experimentou um notável renascimento pelo movimento sionista, em especial pelo trabalho de Eliezer Ben Yehuda. Durantes anos pessoas se envolveram para fazer com que o hebraico deixasse de ser quase exclusivamente escrito para uma língua moderna, falada diariamente pelos moradores de Israel e judeus do mundo todo.

Sua revitalização é considerado um feito linguístico sem precedentes, mostrando a resiliência e persistência cultural do povo judeu.

Chinês

Língua chinesa é o nome comumente atribuído ao mandarim, idioma que tem cerca de 3.000 anos. Em um sentido mais amplo, mandarim é um grupo diverso de dialetos muito próximos linguisticamente, alguns menos mutuamente inteligíveis que outros.

É uma das línguas mais antigas com maior resistência ao tempo e continua sendo usada. Foi usada por Confúcio e outros filósofos, registrada em textos milenares e ajuda a contar a história de uma das civilizações mais antigas do planeta. Baseada em ideogramas, figuras que representam palavras, sua beleza é parte da herança e conhecimento ancestral do povo chinês.

Nos tempos modernos, o chinês mantém sua relevância global, sendo uma das línguas oficiais da ONU.l.

 Grego 

O grego tem uma história que se estende por milênios. Textos utilizando esse idioma são  fundamentais para o legado da civilização, filosofia e ciência ocidentais. Era a língua isada por filósofos como Aristóteles e Platão, registrando a riqueza intelectual e cultural da Grécia Antiga. 

Em sua forma contemporânea muitas vezes destoa do grego “clássico”, mas mantém uma conexão com suas origens, servindo como ponte para o conhecimento e cultura antigos. 

Hoje em dia é o idioma oficial da Grécia e Chipre, sendo que a forma antiga é estudada na academia para um melhor entendimento da filosofia e literatura antiga.

Tâmil 

A língua tâmil atualmente é a língua oficial no estado indiano de Tamil Nadu e o idioma nacional do Sri Lanka. Milenar, está presente em antigos textos filosóficos, poesias e sagas atemporais.

A antiga civilização tâmil deixou contribuições significativas para as artes, literatura e ciência. Na era moderna, o tâmil é falado por milhões de pessoas, refletindo a resiliência, adaptabilidade e constante evolução de uma das línguas vivas mais antigas.

Aramaico

Essa língua semítica tem uma história de pelo menos 3000 anos. Sua grande importância histórica e cultural está registrada nos manuscritos originais de trechos da Bíblia e do Talmude, livros sagrados do Cristianismo e do Judaísmo. Nos dias de Jesus Cristo era amplamente falado em todo o Oriente Médio. Registros indicam que também foi usada durante os impérios assírio, babilônico e persa. 

Embora corra o risco de extinção, há comunidades que falam diversos dialetos aramaicos, mantendo assim uma conexão viva com tradições e escrituras antigas. A persistência do aramaico é um testemunho de sua importância histórica e do seu impacto duradouro na cultura, religião e patrimônio linguístico da região.

Latim 

O latim é uma das línguas que mais influenciou a formação de idiomas modernos, como português, espanhol, italiano, francês e romeno. Emprestou também para muitas outras línguas léxicos e estruturas gramaticais fundamentais. 

Durante séculos foi a língua do Império Romano, deixando registros políticos, jurídicos, científicos e filosóficos daquela época. 

Ela ainda é um símbolo do aprendizado clássico, uma chave para entender a cultura da Roma antiga e da Europa medieval. Não é mais uma língua vernácula, mas pode ser ouvida nas liturgias da Igreja Católica Romana e nas terminologias jurídicas, médicas e científicas.

Copta 

Com cerca de 2000 anos de existência, o copta é parte da história e cultura do Egito. Foi usado nas antigas civilizações que floresceram ao longo do Rio Nilo. Variante da antiga língua egípcia, o copta acabou adotando o alfabeto grego e foi utilizado para escrever textos cristãos e litúrgicos quando da conversão do Egito ao cristianismo.

O uso do copta como língua falada diariamente diminuiu drasticamente ao longo dos séculos, mas ela é valorizada por seu significado sagrado nas práticas litúrgicas da Igreja Ortodoxa 

 Ge’ez 

O ge’ez é uma língua semítica meridional que foi falada no Chifre da África por séculos. Ela desempenhou um papel central como a linguagem litúrgica das Igrejas Ortodoxas Tewahedo da Etiópia e da Eritreia, bem como da comunidade judaica etíope. O ge’ez é a língua de uma extensa coleção de textos sagrados, escrituras e hinos.

Embora o ge’ez não seja mais falado no cotidiano, ele continua a ser importante para a cultura e a história do Chifre da África. É uma fonte de sabedoria teológica e herança espiritual. O ge’ez também é um importante meio de comunicação entre as diferentes culturas e religiões da região.

Pali 

Originária do subcontinente indiano, o Pali é a língua utilizada para registrar os primeiros textos budistas, conhecidos como Tipitaka ou Cânone Pali. Ele é reverenciado como o poratdor dos ensinamentos, filosofias e princípios éticos estabelecidos por Buda. Embora o Pali não seja mais uma língua de uso cotidiano, continua sendo estudado e honrado, sendo usado como linguagem litúrgica e acadêmica em várias tradições budistas. 

Estudar Pali é uma maneira de explorar os antigos ensinamentos budistas, a filosofia moral e as práticas meditativas. A preservação e estudo dessa língua são essenciais para proteger o intricado mosaico de sabedoria e herança budista.