Uma Guerra e várias batalhas em curso. A Guerra é contra o novo Coronavírus – que deve atingir seu pico de difusão nas próximas semanas.
A principal batalha está sendo travada na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios.
A disputa pelo protagonismo na crise entre duas alas do governo: a que defende que nenhuma medida restritiva é pouca na tentativa de evitar a disseminação do vírus e a que prega o relaxamento do isolamento social a fim de impedir a catástrofe econômica.
Os movimentos táticos dessa batalha, mostram de um lado o presidente da República Jair Bolsonaro e do outro, seu auxiliar, o ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde.
A queda de braço por trás da condução da política de combate à pandemia não é mais de bastidores. Agora é pública, basta assistir os episódios dia-a-dia pela Televisão. O último, no domingo (12), o ministro Mandetta no programa Fantástico da Rede Globo, em desabafo, explicitou o desconforto com as orientações divergentes para o enfrentamento do novo coronavírus, quando afirmou que o “O Brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente”. No Palácio do Planalto, a repercussão da entrevista foi negativa.
O clima já vinha tenso há algum tempo e na quinta-feira (9) Bolsonaro em visita a uma padaria no DF, fez um lanche no local, contrariando inclusive um decreto do Governador Ibaneis do Distrito Federal. No dia seguinte, na sexta-feira (10), diante de uma pequena aglomeração, voltou a infringir as orientações, tocando em apoiadores, depois de passar o braço no nariz. E não parou por aí. A “gota d’água”foi a visita no sábado (11) às obras do Hospital de Campanha de Águas Lindas, no entorno do DF, onde, novamente a aglomeração de pessoas em torno do presidente e o cumprimento de Bolsonaro aos apoiadores presentes se repetiu. Atitudes sucessivas e antagônicas desta natureza, ferem de morte a instrução do ministro da Saúde.
Na semana passada Bolsonaro e Mandetta, combinaram um “modo de convivência” durante a crise do coronavirus. Mas o que parece, não vem dando muito certo, uma vez que Mandetta continua recomendando que a população siga o confinamento e Bolsonaro continua na sua linha de que o isolamento vai provocar um caos econômico.
O saldo desta convivência desgastada, esta semana azedou de vez e foi pro brejo, após a entrevista que o ministro Mandetta deu no domingo na Rede Globo. A fala não agradou a ala militar no Planalto. O ministro ficou insustentável no cargo.
A ideia agora é que a troca cause a menor trauma possível e que o substituto tenha respaldo da população e aprovação da classe médica. Condição essencial para que o novo ministro possa mudar o rumo da pasta com legitimidade da sociedade. Acontece que o corpo médico, em massa, hoje apoia a postura de Mandetta.
A lista dos candidatos tem, pelo menos dez nomes. Agora é uma questão de dias, ou horas.
Jornalista, comunicador, árbitro judicial, consultor diplomático, cônsul honorário da Bielorrússia, editor da Revista VOX e Publisher da BrazilianNEWS e Foco na Política e Portal R10.