A cooperação Cinturão e Rota compartilha oportunidades de desenvolvimento

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Artigo de Yu Peng, Cônsul-geral da China em São Paulo

A aspiração da humanidade pelo distante e pelo desconhecido abriu caminhos pelo mundo, movimentou o comércio e impulsionou o intercâmbio de culturas. Mais de dois milênios atrás, as Rotas da Seda terrestre e marítima já ligavam o Oriente e o Ocidente, percorrendo a Ásia, a África e a Europa para fomentar a compreensão mútua de civilizações e os intercâmbios entre pessoas. Dez anos atrás, essas antigas rotas ganharam um novo significado com a iniciativa Cinturão e Rota, apresentada pelo Presidente Xi Jinping. Depois de uma década, essa proposta está se tornando realidade, com resultados notáveis, crescente relevância internacional e amplas perspectivas. Trata-se de uma iniciativa que viabiliza paz e abertura, inovação e desenvolvimento, sustentabilidade e integridade, pavimentando um caminho civilizado rumo à prosperidade na nova era.

Cônsul-Geral da China em São Paulo, Yu Peng

Nesses dez anos, a Iniciativa sempre foi aberta e inclusiva. Norteada pelo princípio de consulta extensiva, contribuição conjunta para benefícios compartilhados, a Iniciativa Cinturão e Rota leva adiante o espírito da Rota da Seda, que tem como núcleo paz, cooperação, abertura, inclusão, aprendizagem mútua, benefícios mútuos e ganhos compartilhados. A Iniciativa não visa formar pequenos blocos e grupos fechados e exclusivos, mas sim oferecer a todos um fórum aberto e inclusivo; não é um solo, mas sim uma sinfonia. Em vez de criar algo a partir do nada, a Iniciativa faz sinergia dos planos de desenvolvimento já existentes em vários países, e injeta um novo vigor na globalização no momento em que certos países apregoam isolamento e desacoplamento, dando confiança e impulso à recuperação da economia mundial.

Atendendo às demandas da época para uma parceria de ganhos compartilhados, a Iniciativa Cinturão e Rota conta com a adesão de 152 países e 32 organizações internacionais em mais de 200 acordos, é incluída em documentos oficiais das Nações Unidas, do G20, da APEC e de outros relevantes organismos internacionais e regionais, tornando-se uma plataforma de cooperação internacional e um bem público global cada vez mais popular para todas as partes.

Nesses dez anos, a Iniciativa vinha promovendo o desenvolvimento e a prosperidade. Os projetos de cooperação da Iniciativa Cinturão e Rota atendem às necessidades dos países, focam na infraestrutura e obras sociais, trazendo benefícios tangíveis. Nesse período, o comércio de mercadorias da China com países parceiros da Iniciativa aumentou de US$ 1,04 trilhão para US$ 2,07 trilhões, criou 420 mil empregos e ajudou quase 40 milhões de pessoas a sair da pobreza. O Corredor Econômico China-Paquistão, projeto de referência da Iniciativa, promoveu a conectividade regional, a abertura e a prosperidade. Trens de carga China-Europa ligam mais de 200 cidades em 25 países europeus, abrindo um novo canal de transporte terrestre na Eurásia. A Ferrovia Mombaça–Nairóbi, no Quênia, alavancou o crescimento econômico local em mais de 2%. São exemplos dos mais de 3 mil projetos de cooperação no âmbito da Iniciativa, que movimentaram investimentos na ordem de um trilhão de dólares. A profusão desses projetos de referência forma um cinturão de crescimento para o benefício do mundo e uma estrada de felicidade para as pessoas. Nesses dez anos, a Iniciativa rendeu resultados significativos na América Latina e Caribe.

A América Latina e Caribe é uma extensão natural da Rota da Seda Marítima do Século XXI. Vinte e dois países da região já assinaram um memorando de entendimento com a China no quadro da iniciativa Cinturão e Rota. A Rodovia Norte-Sul da Jamaica, a estrada Pifo e Papallacta no Equador e outras obras de infraestrutura reduziram o tempo de transporte, promoveram a conectividade regional, impulsionaram o desenvolvimento industrial e beneficiaram a população local. O Centro de Convenções do Panamá, o Estádio Nacional de Barbados, Centro de Convenções de Montego Bay na Jamaica e outros “marcos nacionais” receberam avaliações positivas dessas sociedades. O Parque Eólico de Punta Sierra no Chile e o complexo fotovoltaico de Cauchari na Província de Jujuy, na Argentina, já estão em operação para fornecer energia limpa a dezenas de milhares de famílias, dando impulso à transição verde.

Desde 2012, a China tem permanecido como segundo maior parceiro comercial da América Latina e Caribe, e o comércio bilateral faturou US$ 485.75 bilhões em 2022, um recorde histórico. Atualmente, os investimentos chineses na região estão se diversificando, entrando em novas fronteiras como energia limpa, economia digital, manufatura avançada e saúde.

O Brasil, maior país da América Latina e Caribe, apresenta base sólida e grande potencial de cooperação com a China, portanto, tem todos os motivos para ser um ator importante nessa Iniciativa. A declaração conjunta assinada pelos dois presidentes em abril deste ano se referiu ao interesse dos dois países em examinar sinergias entre as políticas de desenvolvimento e os programas de investimento do Brasil, inclusive nos esforços da integração sul-americana, e as políticas de desenvolvimento e as iniciativas internacionais da China, inclusive a Iniciativa Cinturão e Rota. Graças à grande complementaridade, a cooperação econômica entre a China e Brasil conta com uma base sólida.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o comércio bilateral permaneceu acima da marca de US$ 100 bilhões nos últimos quatro anos. A cooperação no âmbito de Cinturão e Rota viabilizará uma parceria bilateral em um escopo maior e setores mais amplos, compartilhará mais oportunidades de crescimento e promoverá uma cooperação mais robusta, uma amizade mais consolidada e uma Parceria Estratégica Global mais aprofundada.

Em outubro deste ano, terá lugar em Beijing o 3º Fórum Cinturão e Rota para Cooperação Internacional.
Representantes de mais de 140 países já confirmaram a participação no evento para debater e planejar o futuro. No ano que vem, comemora-se o 50º aniversário das relações diplomáticas China-Brasil, enquanto o Brasil assumirá a presidência rotativa do G20. A China está disposta a trabalhar com o Brasil para fortalecer os laços de futuro comum, fazer sinergias estratégias de desenvolvimento, aprofundar a nossa Parceria Estratégica Global caracterizada por abertura, inclusão, cooperação e benefícios mútuos, construindo uma comunidade de futuro comum para a humanidade e contribuindo para um novo capítulo de paz e desenvolvimento mundial.