Relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira (11) traz projeção de avanço para a economia do país árabe, baseada principalmente nos investimentos públicos, no forte turismo e no aumento da produção de gás natural.
O Catar alcançou crescimento de 1,7% no ano passado e deve crescer 2,4% neste ano, apoiado principalmente no investimento público, nos efeitos do projeto de expansão da produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) e no forte turismo. As projeções estão em relatório desta terça-feira (11) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e se referem ao Produto Interno Bruto (PIB) real, ou seja, descontado o efeito da inflação.
“A normalização do crescimento após a Copa do Mundo da Fifa 2022 seguiu, com sinais, mais recentemente, de fortalecimento das atividades”, informou o Conselho Executivo do FMI. O país árabe sediou a competição mundial da Federação Internacional de Futebol (Fifa) há cerca de dois anos e meio, trazendo bons reflexos para a economia e dando visibilidade ao país mundo afora, o que gerou incentivo também ao turismo ao Catar.
O FMI espera que o crescimento de médio prazo do Catar seja ainda melhor, acima dos 4%, impulsionado pela expansão significativa da produção de GNL e ganhos iniciais da implementação de reformas orientadas pela Terceira Estratégia Nacional de Desenvolvimento (NDS3, na sigla em inglês). A NDS3 é uma nova fase da estratégia de desenvolvimento levada adiante pelo governo do país árabe.
O fundo afirma que a estratégia é orientada para uma economia diversificada, baseada no conhecimento e impulsionada pelo setor privado, com atração de trabalhadores estrangeiros altamente qualificados, fomento à inovação, promoção de parcerias público-privadas e ainda maior melhoria da eficiência empresarial. “O Catar está bem-posicionado para alavancar a digitalização e a Inteligência Artificial para ganhos de produtividade, e a agenda climática do país está avançando”, diz o relatório.
As projeções para a inflação para este ano são boas, de 1,4%. No ano passado, os preços cresceram 1% no país árabe, mas em anos anteriores, a inflação foi maior: 2,3% em 2021, 5% em 2022 e 3% em 2023, de acordo com o FMI. O fundo afirma que, depois da queda de 2024, a inflação deve convergir para a casa dos 2% no médio prazo no país.
Os preços mais baixos dos hidrocarbonetos influenciaram nas contas do país em 2023, com queda no superávit fiscal e no superávit em conta corrente, mas isso melhorou em 2024. O fundo afirma que, no médio prazo, com a produção de GNL do Catar se expandindo muito, tanto a conta corrente quanto a fiscal terão superávits, embora declinando em percentual do PIB, já que os preços dos hidrocarbonetos devem cair.
Resiliência
Os diretores executivos do FMI saudaram a resiliência contínua do Catar a choques externos e sua perspectiva favorável de médio prazo, impulsionada por aumentos significativos na produção de GNL e pelas reformas sob a Terceira Estratégia Nacional de Desenvolvimento. Os diretores elogiaram o compromisso das autoridades com a prudência fiscal contínua e pediram a aceleração das reformas fiscais.
Fonte: Anba