Brasil e China aprofundam trabalho conjunto de combate à fome e à pobreza

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Agricultura O mecanismo de cooperação entre Brasil e China em agricultura está cada vez mais aperfeiçoado. Desde o estabelecimento da Subcomissão de Agricultura em 2003, já foram realizadas seis reuniões. São quatro grupos de trabalho: biotecnologia agrícola; proteção de plantas; agricultura digital e; pesticidas. O secretário-executivo Osmar Júnior destacou a importância do desenvolvimento da agricultura familiar para o combate à fome e à pobreza. “A orientação do presidente Lula é que a pequena agricultura também tenha apoio tecnológico e comercial e a China pode nos ensinar muito sobre esse trabalho com a pequena agricultura, sobretudo com a utilização de máquinas e equipamentos para esse modelo agrícola”, disse. O vice-ministro chinês ressaltou que a cooperação na agricultura é muito rica na relação entre os países e cada vez mais estreita. “Estamos dispostos a implementar todos os conteúdos estabelecidos no Memorando, junto com o esforço dos colegas do Brasil”, garantiu Ma YouXiang se referindo ao documento assinado em abril, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o país. No encontro, foram alinhados três aspectos principais de cooperação: Utilização do fórum de redução da pobreza entre China e América Latina; Capacitação de pessoal, realizando seminários temáticos sobre a redução da pobreza. Além disso, a China que, junto ao Banco Mundial e outras instituições, apresenta casos bem-sucedidos sobre o tema em diversos seminários, abriu as portas ao Brasil para que o país possa participar desses eventos; Discutir a elevação da capacidade de produção de grãos para pequenos agricultores com proteção da biodiversidade, a fim de ajudar o Brasil a reduzir o mais cedo possível a pobreza e revitalizar áreas rurais. Além disso, a visita do secretário-executivo do MDS, acompanhado pelo consultor Jurídico, João Paulo Santos, pela diretora do Departamento de Resolução de Auxílios Descontinuados da Secretaria-Executiva, Érica de Andrade, e pelo coordenador-geral de Assuntos Internacionais, Leonardo Kazuo, marca um aprofundamento da cooperação entre Brasil e China, que em 2024 comemora os 50 anos das relações diplomáticas entre as nações. Foto: Assessoria de Comunicação — MDS

Desde abril, um novo caminho na cooperação entre Brasil e China foi aberto: o da redução da pobreza. No início do ano, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais (MARA) chinês firmaram um Memorando de Entendimento para a troca de experiências sobre o tema. Em continuidade aos trabalhos previstos neste acordo, uma comitiva das duas partes se encontrou essa semana em Pequim.

O secretário-executivo do MDS, Osmar Júnior, e o vice-ministro da agricultura chinês, Ma YouXiang, trataram das políticas que levaram o Brasil a sair do mapa da fome, em 2014, e a China a superar a extrema pobreza em 2020.

“O tema do combate à fome e à pobreza faz parte da identidade nacional tanto do Brasil quanto da China. Muitas vitórias foram contabilizadas nesse ponto, em especial a saída do Brasil do mapa da fome em 2014, focada na transferência de renda via Bolsa Família, e a superação da extrema pobreza que a China conseguiu no ano de 2020, focada na inclusão produtiva, especialmente agrícola. Portanto, Brasil e China têm muito a compartilhar”, lembrou o secretário-executivo Osmar Júnior.

Os representantes chineses se mostraram dispostos a compartilhar as experiências do país, que tem uma entidade específica que trata sobre o tema, o Centro Internacional de Redução da Pobreza, fundado em 2005. A instituição realiza fóruns, intercâmbios, operações e seminários temáticos voltados à América Latina sobre desenvolvimento econômico e redução da pobreza.

“A China ainda é um país em desenvolvimento e ainda sofre com a questão da pobreza. No final de 2020, através de esforços contínuos, combatemos a pobreza e eliminamos a extrema pobreza. A China montou diversas práticas e teorias em relação ao combate à pobreza, contribuindo com a sua redução para o mundo inteiro”, comentou Ma YouXiang.

As equipes acordaram em estreitar o diálogo sobre as políticas dos dois países e em realizar um intercâmbio por meio de um seminário conjunto, já como parte do Mecanismo de Cooperação. Da reunião, também surgiu a iniciativa de se inserir uma Subcomissão no Comitê de Cooperação Brasil-China de Alto Nível (Cosban) especialmente voltada à redução da fome e da pobreza.

A inclusão possibilitaria não só o debate e a troca de experiências entre os países, mas a construção de fóruns latino-americanos e uma cooperação Sul-Sul que envolve a construção de capacidades, visitas técnicas e melhoras efetivas de políticas públicas.

O secretário-executivo do MDS ressaltou ainda que o Brasil, nos últimos anos, voltou ao mapa da fome, mas que agora, novamente sob a liderança do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o país colocou como prioridade o combate à fome. Além disso, Osmar Júnior sublinhou a posição do governo brasileiro de assumir uma liderança global sobre o tema, especialmente no G-20, cuja a presidência atualmente é ocupada pelo país.

“O Brasil tem como um dos principais instrumentos de combate à pobreza a transferência de renda para os mais pobres. Hoje, 56 milhões de pessoas no Brasil recebem o Bolsa Família. Sabe-se que a China desenvolveu um grande programa de inclusão produtiva, especialmente no campo e essa é uma experiência que o Brasil precisa conhecer mais”, pontuou o representante do MDS.